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Cúpula do G20 termina com estratégia global para crescimento

As economias avançadas se comprometeram 'a adotar políticas para restaurar a confiança' e seguir 'de maneira clara e crível' com as medidas para a consolidação fiscal

Anfitrião do evento, o presidente francês, Nicolas Sarkozy (D), elogiou os resultados da reunião na entrevista coletiva final  (Lionel Bonaventure - Pool/Getty Images)

Anfitrião do evento, o presidente francês, Nicolas Sarkozy (D), elogiou os resultados da reunião na entrevista coletiva final (Lionel Bonaventure - Pool/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2011 às 12h33.

Cannes - As potências ricas e emergentes que formam o Grupo dos 20 (G20) finalizaram nesta sexta-feira a Cúpula de Cannes e adotaram uma estratégia global para o crescimento e o emprego, que enfatiza a coordenação de todos os países-membros do bloco e que pede a cada um fazer sua parte em prol da recuperação econômica.

Anfitrião do evento, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou os resultados da reunião na entrevista coletiva final. Segundo ele, cada país se comprometeu a adotar medidas em favor da recuperação mundial conforme suas condições econômicas.

As economias avançadas se comprometeram 'a adotar políticas para restaurar a confiança' e seguir 'de maneira clara e crível' com as medidas para a consolidação fiscal.

Segundo o comunicado final da Cúpula, as nações que tiverem superávit em conta corrente devem se comprometer com reformas que incentivem a demanda interna, acompanhadas também por uma maior flexibilidade nas taxas de câmbio.

Sarkozy disse ainda que, nesta Cúpula, a Europa conseguiu dar uma resposta crível à crise da dívida que afeta o continente e que assim concordaram os demais países do G20, que deram apoio aos europeus.

O presidente francês destacou a importância de ter agido com firmeza com a Grécia em relação à ideia de realizar um referendo popular sobre o acordo feito no dia 27 de outubro com a zona do euro para a concessão do resgate econômico a Atenas em troca de maiores medidas de austeridade.

Para Sarkozy, a pressão internacional fez com que a Grécia tivesse uma 'tomada de consciência política indispensável' que, em sua opinião, está criando 'um consenso sobre o acordo de 27 de outubro'.


O líder francês também ressaltou a atitude da Itália, que adotou 'medidas para renovar a confiança', como pedir à Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que fiscalizem a implementação de suas reformas.

Ele lembrou ainda que os países do G20 conseguiram um compromisso para reforçar os meios do FMI, mas sem especificar a maneira como se concretizará tal contribuição.

Segundo o comunicado final, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Coreia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos reafirmaram seu compromisso com a consolidação fiscal e com a redução do déficit de 2013 a níveis de 2010, assim como a estabilizar ou reduzir suas dívidas públicas até 2016.

Os EUA, por sua vez, pretendem implementar um pacote de medidas a curto e longo prazo para sustentar a recuperação econômica.

Brasil, Austrália, Canadá, China, Alemanha, Coreia do Sul e Indonésia, nações com finanças públicas sob controle, se comprometem, 'levando em conta as circunstâncias nacionais', a estimular medidas fiscais que impulsionem o crescimento e a demanda.

Brasil, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita e África do Sul assumem a meta de investir em infraestrutura. Já a Alemanha buscará implementar medidas que propiciem o consumo privado e o investimento.

A China se compromete a revitalizar o consumo interno, com medidas que reforcem as redes de proteção social, melhorem a renda das famílias e transformem uma economia 'baseada em um padrão de crescimento'.

'Essas ações devem ser reforçadas com medidas para promover maior flexibilidade da taxa de câmbio, que reflita os fundamentos econômicos e que reduza a acumulação de reservas', diz o comunicado do G20.

Os membros do G20 reafirmaram seu compromisso para resistir ao protecionismo 'em todas suas formas' e para avançar na agenda do comércio multilateral. Além disso, as nações traçaram a meta de um mercado de câmbio flexível que reflita os fundamentos econômicos e evite desvalorizações competitivas. EFE

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