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Cuba tem interesse em cabo submarino Miami-Havana

Os Estados Unidos acreditam que Cuba está interessada em seu plano para ter um cabo submarino de internet entre Miami e Havana


	Cabos de internet: com 11 milhões de habitantes, Cuba é um dos países com acesso mais restrito e controlado à internet
 (Michael Bocchieri/AFP)

Cabos de internet: com 11 milhões de habitantes, Cuba é um dos países com acesso mais restrito e controlado à internet (Michael Bocchieri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 21h00.

Os Estados Unidos acreditam que Cuba está interessada em seu plano para ter um cabo submarino de internet entre Miami e Havana, o que melhorará o acesso bastante restrito do serviço na ilha, segundo um alto funcionário americano.

"Estamos incentivando para que façam outras duas coisas: uma é a análise e as perspectivas favoráveis de um cabo submarino para internet entre Miami e Havana. E já há várias propostas ao governo cubano para fazer isso", afirmou Daniel Sepúlveda, responsável de comunicações do Departamento de Estado.

Em uma entrevista com o portal de informação On Cuba, publicada nesta segunda-feira, Sepúlveda acrescentou que as autoridades cubanas se mostraram abertas à proposta durante um encontro que tiveram na semana passada em Havana.

"Nos disseram que estão abertos ao conceito, querem ver propostas escritas, querem saber que vai funcionar e querem ter confiança em nós para estarem seguros de que isso vai avançar", afirmou o funcionário.

Com 11 milhões de habitantes, Cuba é um dos países com acesso mais restrito e controlado à internet. Apenas cerca de 150.000 internautas navegam diariamente pela rede, segundo dados de 2015 do monopólio estatal de comunicações Etecsa.

A ilha, que restabeleceu depois de meio século relações diplomáticas com os Estados Unidos, em 2015, conta com um só cabo submarino de fibra ótica que chega da Venezuela.

"As comunicações seriam muito mais eficientes se viessem de Miami do que vindo da Venezuela. Sobre isso tivemos uma conversa", comentou Sepúlveda.

"Acho que seria uma conexão psicológica e física entre os dois países. Antes do embargo (ainda vigente) havia um cabo telefônico de AT&T. Precisamos restabelecer esse vínculo físico, não só porque será uma melhora para a Internet (...) mas também porque ajudará a melhorar as relações", afirmou o funcionário americano.

Ele reconhece que Cuba não incluiu as telecomunicações entre suas prioridades de investimento estrangeiro e que ainda persiste a desconfiança em relação aos Estados Unidos, país que recentemente envolvido em um escândalo mundial por espionagens às comunicações pela internet.

"É um problema de confiança. Confiança do governo cubano em nós como governo, e confiança em nossas empresas, nos provedores de telecomunicações (...). O que nós lhes dizemos é que não há nada a temer em se abrir à internet. A cultura e a soberania não estão em risco. Cuba vai continuar sendo Cuba", enfatizou.

O governo comunista de Raúl Castro oferece desde junho de 2013 o serviço público de internet. Segundo Etecsa, quase toda a ilha conta com salas de navegação equipadas com computadores de mesa.

Um cubano deve pagar o equivalente a dois dólares por hora para se conectar a um ponto de wifi, em um país onde o salário médio é de 20 dólares.

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