Mundo

Cuba sai da lista de patrocinadores do terrorismo dos EUA

Washington manteve Cuba até agora na lista por seu suposto apoio à membros do ETA, às Farc e à alguns fugitivos da Justiça americana


	Raúl Castro (E) e Barack Obama: avaliação realizada pelo Departamento de Estado a pedido de Obama concluiu que Cuba "cumpre com os critérios legais" para deixar essa lista
 (Mandel Ngan/AFP)

Raúl Castro (E) e Barack Obama: avaliação realizada pelo Departamento de Estado a pedido de Obama concluiu que Cuba "cumpre com os critérios legais" para deixar essa lista (Mandel Ngan/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 13h36.

Washington - Cuba saiu oficialmente nesta sexta-feira da lista de países patrocinadores do terrorismo, que é elaborada a cada ano pelo governo dos Estados Unidos, e na qual figurava desde 1982.

O Congresso dos EUA tinha 45 dias para se pronunciar sobre a decisão tomada pelo presidente Barack Obama de tirar Cuba dessa lista, com a opção de apresentar um projeto de lei para tentar revogá-la, algo que não aconteceu.

Como esse prazo "expirou", o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, "tomou a decisão final de rescindir a designação de Cuba como um Estado Patrocinador do Terrorismo, que entra em vigor hoje, 29 de maio de 2015", informou em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Jeff Rathke.

Segundo o porta-voz, a avaliação realizada pelo Departamento de Estado a pedido de Obama concluiu que Cuba "cumpre com os critérios legais" para deixar essa lista.

Rathke enfatizou que os EUA continuam tendo "grandes preocupações e desacordos sobre uma ampla gama de políticas e ações de Cuba", mas que estão "fora dos critérios pertinentes para a rescisão da designação como Estado Patrocinador do Terrorismo".

No dia 14 de abril, após sua histórica reunião com o presidente cubano, Raúl Castro, realizada no Panamá durante a Cúpula das Américas, Obama anunciou sua decisão de eliminar Cuba dessa lista, na qual estava junto com Irã, Sudão e Síria.

Em mensagem enviada então ao Congresso, Obama certificou que o governo de Cuba "não proporcionou nenhum apoio ao terrorismo internacional durante os últimos seis meses", e expressou "garantias que não vai apoiar atos de terrorismo internacional no futuro".

As razões de Washington para manter até agora Cuba na lista eram seu suposto apoio a membros da organização terrorista basca ETA, às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a alguns fugitivos da Justiça americana.

Cuba reivindicava há anos sair dessa "lista negra" e a revisão de sua designação como país patrocinador do terrorismo fez parte do histórico acordo anunciado por Obama e Castro em dezembro do ano passado para a normalização das relações bilaterais.

A presença de Cuba nessa lista era um dos maiores obstáculos para a normalização e a reabertura de embaixadas em Washington e Havana. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaEstados Unidos (EUA)Países ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai