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Cuba promete devolver postos para médicos que voltarem

A declaração incluiu "os profissionais de saúde" que saíram da nação caribenha "seja por interesse econômico, familiar ou de índole profissional"


	Médicos cubanos na África: médicos "têm a oportunidade, se assim desejarem, de se reincorporarem ao Sistema Nacional de Saúde, que garantirá sua localização laboral em condições semelhantes às que tinham"
 (Florian Plaucheur/AFP)

Médicos cubanos na África: médicos "têm a oportunidade, se assim desejarem, de se reincorporarem ao Sistema Nacional de Saúde, que garantirá sua localização laboral em condições semelhantes às que tinham" (Florian Plaucheur/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2015 às 12h54.

Havana - O Ministério da Saúde de Cuba (Minsap) prometeu nesta sexta-feira aos médicos que deixaram à ilha que se desejarem retornar garantirá um posto de trabalho "em condições semelhantes às que tinham" antes de partir, segundo um comunicado divulgado pela imprensa oficial do país.

A declaração incluiu "os profissionais de saúde" que saíram da nação caribenha "seja por interesse econômico, familiar ou de índole profissional, incluindo aquelas vítimas das enganosas práticas do vulgar roubo de cérebros", em referência aos que desertaram durante missões no exterior.

Estes médicos "têm a oportunidade, se assim desejarem, de se reincorporarem ao Sistema Nacional de Saúde, que garantirá sua localização laboral em condições semelhantes às que tinham", insistiu a extensa nota, publicada hoje no Granma e no Juventud Rebelde, os principais jornais cubanos, ambos oficiais.

O editorial lembrou que atualmente Cuba tem mais de 50 mil colaboradores médicos cumprindo "missões internacionalistas" em 68 países, produto de "convênios de parceria governo a governo em que se estabelece determinada compensação em benefício mútuo".

Apesar disto, o texto reafirmou que "Cuba não esquece, nem esquecerá sua vocação internacionalista e continuará a oferecer ajuda desinteressada e gratuita às nações que pedirem" como faz hoje no Haiti, em Níger, em Honduras e na Eritreia, entre outras.

O Ministério destacou que o "notável prestígio" da saúde cubana provocou o interesse de instituições estrangeiras em contratar a médicos da ilha para o exercício privado, mesmo quando seus governos "não favorecem nem compartilham tais procedimentos".

Denunciou ainda que os Estados Unidos são "um dos principais artífices do roubo de talentos", mediante sorteios, emigração seletiva, a Lei de Ajuste Cubano e o "Cuban Medical Professional Parole Program", estabelecido em 2006 e "desenhado para incitar a deserção" dos médicos cubanos durante suas missões.

A promessa de um futuro profissional melhor só é atingida "por uma exígua minoria", assinalou o comunicado, que reiterou também a necessidade de negociar a contratação de recursos humanos através de convênios institucionais, que permitam "balancear e atualizar" a disponibilidade de profissionais, "sem deixar os serviços de saúde à população desprotegidos".

A exportação de serviços técnicos e profissionais é a principal fonte de receita da ilha, com uma média anual de US$ 6 bilhões.

Segundo o Minsap, Cuba possui mais de 85 mil médicos e um dos melhores indicadores do mundo em relação à quantidade de profissionais para a de habitantes, 5,4 para cada mil, mesmo quando se leva em conta os 25 mil que estão em missão no exterior.

Milhares de médicos cubanos desertaram de missões em vários países latino-americanos, entre eles a Venezuela, de onde cruzam a fronteira até chegar à Colômbia, país onde centenas destes profissionais permanecem à espera de vistos prometidos pelos Estados Unidos.

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