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Cuba olha para o futuro com cautela sobre sucessor de Raúl Castro

Muitos creem que o substituto do presidente Raúl Castro será o primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel, engenheiro de 57 anos

Cuba: parlamentares cubanos iniciaram nesta quarta-feira uma sessão de dois dias para escolher o primeiro presidente não pertencente à família Castro em mais de 40 anos (Stringer/Reuters)

Cuba: parlamentares cubanos iniciaram nesta quarta-feira uma sessão de dois dias para escolher o primeiro presidente não pertencente à família Castro em mais de 40 anos (Stringer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de abril de 2018 às 11h02.

Última atualização em 19 de abril de 2018 às 12h01.

Havana - Parlamentares cubanos iniciaram nesta quarta-feira uma sessão de dois dias para escolher o primeiro presidente não pertencente à família Castro em mais de 40 anos, abrindo caminho para líderes comunistas jovens que serão pressionados a levar mais prosperidade ao país e revitalizar a economia debilitada.

Muitos creem que o substituto do presidente Raúl Castro será o primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel, engenheiro de 57 anos que tem entusiasmo por tecnologia e parece ser liberal socialmente, mas que é considerado um nome confiável para seguir os passos dos líderes históricos da revolução de 1959 que agora saem de cena.

O próximo presidente deve ser cauteloso a princípio e tentar consolidar o apoio dos conservadores, apesar do anseio por um desenvolvimento mais acelerado de uma economia menor do que era em 1985, quando a ilha recebia subsídios da União Soviética.

Reunidos em um centro de convenções de um bairro arborizado de Havana, 605 parlamentares da Assembleia Nacional essencialmente simbólica selecionarão 30 outros membros do Conselho de Estado cubano e o sucessor de Raúl, que assumiu o lugar de seu irmão Fidel em 2008.

Raúl, de 86 anos, realizou mudanças abrangentes, melhorando consideravelmente as relações com os Estados Unidos pela primeira vez desde que os rebeldes liderados por Fidel derrubaram um ditador apoiado pelos EUA, e fazendo reformas de mercado cautelosas em uma das últimas economias de estilo soviético do mundo.

Mas como a economia está sendo afetada pela crise na aliada Venezuela e as relações com Washington voltaram a se tensionar no governo do presidente Donald Trump, alguns cubanos estão descrentes de uma melhoria de vida e se sentem apreensivos com o que virá adiante.

"Neste momento não sabemos o que o futuro nos reserva", disse Adriana Valdivia, professora de 45 anos de Havana. "Raúl é assunto encerrado e Fidel é história antiga".

"Não enxergo uma saída para ajudar os cubanos a viverem melhor, os salários estão iguais e não pagam as contas, e agora Trump está apertando o cerco com o bloqueio, imaginem só", disse Adriana, que recebe cerca de 24 dólares por mês.

O próximo presidente deveria "aumentar a velocidade das mudanças em Cuba e ao mesmo tempo preservar as coisas boas", opinou o blogueiro Harold Cardenas, de 32 anos, acrescentando que a resistência às reformas econômicas impulsionadas por Raúl vem travando o país.

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