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Cuba nega ataques contra diplomatas americanos no país

Ministério cubano afirmou que acusações têm fins políticos e que "não há atos" contra os diplomatas americanos, "que estão seguros em Cuba"

Cuba: EUA ordenaram em 29 de setembro a saída da maioria dos funcionários de sua embaixada na ilha (Alexandre Meneghini/Reuters)

Cuba: EUA ordenaram em 29 de setembro a saída da maioria dos funcionários de sua embaixada na ilha (Alexandre Meneghini/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de julho de 2018 às 17h46.

Havana - O principal subsecretário adjunto do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Paco Palmieri, se reuniu durante sua viagem esta semana a Cuba com responsáveis do Ministério de Relações Exteriores cubano, que negaram que diplomatas americanos tenham sofrido ataques na ilha e reiteraram que são acusações com fins políticos.

A subdiretora para os Estados Unidos do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, Johana Tablada, explicou nas últimas horas através de várias publicações no Twitter que Palmieri foi recebido pelo diretor-geral para os EUA, Carlos Fernández de Cossío, que lhe disse que "não há atos" contra os diplomatas americanos, "que estão seguros em Cuba".

Tablada assinalou que Palmieri "veio ao ministério para repetir as mesmas acusações vazias que realizou nos EUA para justificar novos retrocessos na política em relação a Cuba. Não provaram nada, nem um único fato. Não há forma de provar o que não ocorreu, nem antes nem agora".

A funcionária cubana também considerou "inexplicável" o fato de o Departamento de Estado americano vazar "informação não comprovada e mal-intencionada" sobre os supostos incidentes de saúde misteriosos sofridos por 26 funcionários americanos em Havana, cuja origem é investigada há meses e que ainda não apresentou resultados.

Tablada também criticou os EUA por não permitirem que médicos cubanos examinassem os históricos clínicos das pessoas afetadas e os laudos realizados por médicos americanos, apesar de se tratar de um tema "supostamente prioritário" para Washington.

Cuba, acrescentou Tablada, considera que por trás dessa questão está uma "manipulação política sem nenhuma evidência, dirigida a impor, a sangue frio", medidas adicionais contra as relações bilaterais "para satisfazer uma minoria que prejudica os dois povos".

Cossío, segundo a subdiretora do ministério cubano, também reiterou a "disposição para cooperar" de seu país e pediu a Palmieri o fim do "uso enganoso do termo 'ataque', que Cuba rejeita".

A Chancelaria cubana divulgou esses detalhes da reunião entre Cossío e Palmieri horas depois que veio à tona a informação de que o funcionário americano viajou inesperadamente a Cuba junto com outros dois funcionários do alto escalão do Departamento de Estado para avaliar os "desafios únicos" que supõem os misteriosos incidentes de saúde.

Junto a Palmieri estiveram na capital cubana o subsecretário adjunto para Gestão, William Todd, e o subsecretário adjunto para Segurança Diplomática, Michael Evanoff.

Os funcionários viajaram para Havana para se reunirem com funcionários da embaixada "à luz dos novos ataques contra os diplomatas dos Estados Unidos" e diante da "possibilidade de obter uma visão mais profunda sobre os desafios únicos que representam esses ataques e o seu impacto nas operações dos EUA no terreno", disse à Agência Efe uma porta-voz do Departamento de Estado.

Em junho, esse departamento garantiu que dois de seus diplomatas em Havana tinham sofrido danos "similares" aos que manifestaram outros membros da embaixada entre novembro 2016 e agosto de 2017, o que elevou o número total de atingidos para 26.

Por enquanto, os EUA não conseguiram determinar "quem ou o que" prejudicou a saúde de seu pessoal, que chegou a sofrer concussões cerebrais.

Os incidentes deterioraram as já delicadas relações entre EUA e Cuba, porque Washington acusou Havana de saber quem cometeu os supostos ataques a seus funcionários e seus familiares, e de não ter oferecido a eles proteção adequada, algo que o Executivo cubano nega.

Devido a esses ataques, que em princípio Washington chegou a qualificar de acústicos, mas depois reconheceu não ter conseguido confirmar sua natureza, os EUA ordenaram em 29 de setembro a saída da maioria dos funcionários de sua embaixada que, desde então, funciona com o mínimo de pessoal.

Os EUA também detectaram problemas de saúde com um padrão similar em seus funcionários no consulado de Guangzhou, na China.

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