Cuba: as autoridades da nação de regime comunista resistiram durante muito tempo ao que veem como interferência externa em seu tratamento dos direitos humanos (foto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 6 de abril de 2017 às 15h47.
Genebra - Cuba concordou em receber a visita de um investigador de direitos humanos da Organização das Nações Unidas pela primeira vez em uma década ao convidar uma especialista em tráfico humano neste mês, informou um comunicado da ONU nesta quinta-feira.
Maria Grazia Giammarinaro, relatora especial da ONU sobre o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças, irá visitar a ilha caribenha entre 10 e 14 de abril, fazendo paradas em Havana, Matanzas e Artemisa.
"Sua visita será a primeira de uma especialista independente do Conselho de Direitos Humanos da ONU em 10 anos", disse o texto.
As autoridades da nação de regime comunista resistiram durante muito tempo ao que veem como interferência externa em seu tratamento dos direitos humanos.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou negociações secretas que levaram à normalização dos laços entre os EUA e Cuba em 2015, após décadas de inimizade.
Organizações norte-americanas que trabalharam estreitamente no esforço pediram que a gestão Trump não trate Havana com rispidez, dizendo que a reaproximação melhorou os direitos humanos e o acesso à internet no país vizinho.
Giammarinaro, juíza italiana e especialista em tráfico que atua no cargo independente desde junho de 2014, disse que irá se encontrar com autoridades e ativistas de Cuba para debater os desafios do enfrentamento do tráfico para exploração sexual e trabalhista.
"Uma atenção particular será dada às medidas em vigor e àquelas em planejamento para impedir o tráfico, proteger as vítimas e lhes garantir acesso a medicamentos eficientes", disse ela.