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Cuba aumenta salários da saúde e ressalta exportação

País argumentou que profissionais, inclusive os que trabalham no exterior, trazem bilhões de dólares em divisas para o país


	Médicos cubanos atendem em clínica na Venezuela: salários de médicos e enfermeiros terão aumentos que variam de 100 a quase 200 por cento
 (Mario Tama/ Getty Images)

Médicos cubanos atendem em clínica na Venezuela: salários de médicos e enfermeiros terão aumentos que variam de 100 a quase 200 por cento (Mario Tama/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 10h59.

Havana - Cuba anunciou nesta sexta-feira um expressivo aumento salarial para os 440 mil profissionais da área médica, inclusive aqueles que atuam no exterior, argumentando que esses profissionais trazem bilhões de dólares em divisas para o país e que é preciso melhorar os serviços prestados dentro da ilha.

Segundo a imprensa oficial, os salários de médicos e enfermeiros terão aumentos que variam de 100 a quase 200 por cento. Isso se aplicará a muitos dos 50 mil profissionais de saúde que trabalham no exterior, sendo 11.400 recentemente enviados ao Brasil.

Em 2010, o Banco Mundial informou que Cuba tinha 6,7 médicos por mil habitantes, maior índice do mundo. Mas, por causa da política de envio de mão de obra qualificada ao exterior, muitos cubanos se queixam de que o atendimento médico gratuito e universal dentro do país comunista está piorando.

O aumento salarial, que entra em vigor em maio, "contribuirá com a estabilidade e qualidade dos serviços médicos para a população, bem como o cumprimento dos compromissos internacionais", segundo nota do governo.

Médicos enviados ao exterior ganham várias vezes mais do que seus colegas que permanecem em Cuba e recebem, em média, 30 dólares por mês. Os que ficam acabam sobrecarregados, sem nenhuma remuneração adicional. Embora não haja saúde privada em Cuba, muitos médicos atendem "por fora", e outros aceitam presentes ou fazem bicos em outras atividades para complementar sua renda.

Além disso, alguns médicos enviados ao exterior nunca regressam, embora o governo não informe quantos já desertaram.

A exportação de serviços médicos é disparadamente a principal fonte de divisas para o regime comunista, e o governo estimou que em 2014 isso gere 8,2 bilhões de dólares -- equivalente a 40 por cento de todas as exportações cubanas em 2013.


Havana assina contratos com governos estrangeiros para enviar profissionais de saúde, ficando com a maior parte da remuneração. Os profissionais que servem no exterior recebem salários entre 200 e 1.000 dólares por mês.

Como parte de uma política de uniformizar o pagamento oferecido aos cubanos em 66 países, o salário dos cerca de 25 mil profissionais presentes na Venezuela será duplicado.

No mês passado, o governo brasileiro anunciou aumento de 25 por cento no repasse de recursos para os profissionais cubanos que participam do programa Mais Médicos, numa tentativa de reduzir as críticas ao contrato firmado pelo Brasil para contratação dos profissionais. Com o reajuste, os médicos cubanos receberão a partir de março 1.245 dólares por mês.

Diferentemente dos demais profissionais estrangeiros e brasileiros que recebem salários de 10 mil reais diretamente do governo para integrar o programa, os médicos cubanos recebem por meio de um contrato firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que por sua vez repassa parte dos valores para a Comercializadora de Servicios Cubanos S.A.

Os aumentos salariais promovidos por Cuba são parte de um programa mais amplo destinado a modernizar a economia comunista cubana. Em nota, o governo disse que "como resultado da reorganização do setor de saúde entre 2010 e 2013, o número de trabalhadores foi reduzido em 109 mil, com cerca de 2 milhões de pesos de economia orçamentária... algo que amparou este aumento dos salários".

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