Mundo

Cuba aceita proposta da UE para negociar diálogo político

Cuba comunicou à União Europeia que recebeu e aceitou a proposta do bloco para abrir uma negociação de diálogo político e cooperação


	O chanceler cubano, Bruno Rodríguez: proposta "significa o fim das políticas unilaterais da União Europeia sobre Cuba", disse
 (©AFP / Timothy A. Clary)

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez: proposta "significa o fim das políticas unilaterais da União Europeia sobre Cuba", disse (©AFP / Timothy A. Clary)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 13h58.

Havana - Cuba comunicou nesta quinta-feira à União Europeia (UE) que recebeu com "satisfação" e aceitou a proposta do bloco para abrir uma negociação de diálogo político e cooperação, segundo anunciou em Havana o ministro das Relações Exteriores da ilha, Bruno Rodríguez.

"Cuba acolhe com satisfação a proposta de 10 de fevereiro da alta representante (da UE, Catherine Ashton), que significa o fim das políticas unilaterais da União Europeia sobre Cuba e aceitar o início de negociações a respeito", disse o chanceler em entrevista coletiva.

Após a decisão, que a Chancelaria cubana transferiu hoje mesmo ao embaixador da UE em Havana, Herman Portocarero, "se estabelecerão os contatos por via diplomática para determinar as modalidades e datas deste processo, que seguramente será longo", explicou Rodríguez.

O chanceler garantiu que Cuba atuará na negociação "de maneira construtiva" e sob os princípios de reciprocidade, pleno respeito à igualdade soberana dos estados e seus ordenamentos jurídicos e com total apego ao princípio de não ingerência nos assuntos internos.

"Cuba tem toda a disposição de discutir, sobre bases de igualdade soberana e respeito mútuo, qualquer tema, incluídos os temas de direitos humanos sobre os quais tem muitas preocupações sobre o que acontece em diversos países europeus", afirmou o ministro.

Bruno Rodríguez considerou que a decisão da UE ao propor este processo de negociação é "correta" e "demonstra que as políticas unilaterais não funcionam e não têm lugar na época atual".


"As políticas unilaterais como as que aplicam o governo dos Estados Unidos contra Cuba centradas no bloqueio econômico político e midiático ancoradas na Guerra Fria (..) não funcionam, não funcionarão, não estão funcionando e estão condenadas ao fracasso", disse.

Em 10 de fevereiro, o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE aprovou abrir a negociação de um acordo de diálogo político e cooperação com Cuba para aprofundar suas relações, acompanhar as reformas empreendidas pela ilha e fomentar um maior respeito pelos direitos humanos no país.

O novo acordo começará a ser negociado enquanto segue em vigor a "posição comum", a política unilateral e restritiva que rege as relações com Havana desde 1996 e que foi impulsionada pelo então presidente espanhol José María Aznar.

A UE retomou seu diálogo político e a cooperação com Cuba em 2008, após retirar sanções diplomáticas contra Havana pela prisão de 75 opositores.

A abertura do processo de negociação é o resultado do pedido dos ministros das Relações Exteriores da UE a Ashton, no final de 2012, de explorar as possibilidades de abrir uma nova relação com Havana.

Cuba é o único país da América Latina com o qual a UE não tem assinado nenhum acordo bilateral.

No entanto, e apesar da "posição comum", quatorze países-membros do bloco comunitário assinaram com a ilha caribenha nos últimos anos acordos bilaterais de cooperação e memorandos de entendimentos para intercâmbios políticos "totalmente recíprocos e respeitosos", lembrou o chanceler cubano.

*Atualizada às 13h58 do dia 06/03/2014

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaEuropaPolíticaUnião Europeia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro