Mundo

CS vota no sábado projeto de resolução sobre a Síria

Países árabes e ocidentais que redigiram o último projeto de resolução decidiram votação após esperar sem sucesso que a Rússia transferisse novas propostas aos membros

Projeto é apoiado pela Turquia, país não árabe, mas de grande influência geopolítica na região (Wikimedia Commons)

Projeto é apoiado pela Turquia, país não árabe, mas de grande influência geopolítica na região (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 20h45.

Nações Unidas - O Conselho de Segurança (CS) da ONU se reunirá neste sábado para submeter à votação uma nova versão do projeto de resolução sobre a Síria apresentado na semana passada pelo Marrocos em apoio ao plano de transição da Liga Árabe.

O principal órgão de decisão da ONU se reunirá a partir das 14h (horário local, 12h de Brasília) com intenção de votar o texto sobre a Síria, segundo anunciou a Missão do Reino Unido nas Nações Unidas, depois que a Rússia não apresentou nenhuma modificação à última minuta posta sobre a mesa.

'A Rússia não pediu nenhuma modificação. Não as registrou oficialmente', detalhou à Agência Efe uma fonte diplomática ocidental, que não descartou, no entanto, que Moscou apresente algum tipo de emenda ao texto durante a reunião de sábado.

Os países árabes e ocidentais que redigiram o último projeto de resolução apresentado no Conselho decidiram hoje sua votação após esperar sem sucesso que a Rússia transferisse suas novas propostas aos demais membros do principal órgão internacional de segurança em Nova York.

'Esperamos que todos os países apóiem nosso texto', acrescentou a mesma fonte sobre um projeto de resolução assinado por Marrocos (membro do Conselho), Arábia Saudita, Líbia, Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Kuwait e Omã.

Além disso, o projeto é apoiado pela Turquia, país não árabe, mas de grande influência geopolítica na região.

Também tem o respaldo de Alemanha, Colômbia, Estados Unidos, França, Portugal, Reino Unido e Togo, todos eles membros do Conselho, onde o texto conta com maioria suficiente para ser adotado se nenhum membro permanente exercer seu direito ao veto.


Moscou já expressou nesta sexta-feira sua intenção de não apoiar a nova minuta que os 15 membros estabeleceram após intensas negociações.

Em declarações à agência 'Interfax', o vice-ministro de Exteriores russo, Gennady Gatílov, assegurou que o novo texto 'não é suficiente' para que receba o apoio de Moscou e argumentou que tal como está não leva em conta todas suas preocupações sobre a situação no país árabe.

Apesar dessas palavras, existe a possibilidade que a Rússia simplesmente se abstenha na votação, comentaram outras fontes diplomáticas, destacando que Gatílov não falou em 'rejeição'.

Dessa maneira, o Conselho de Segurança terá no sábado uma nova oportunidade para romper o silêncio no qual está imerso desde que começou a repressão contra os opositores na Síria, depois que várias propostas de seus membros para condenar Damasco ficassem estagnadas principalmente perante a oposição russa e chinesa.

Essa repressão causou mais de 5.400 mortes, segundo a própria organização, um número que segundo a oposição síria seria superior a seis mil e que levou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a pedir uma reação do Conselho de Segurança em repetidas ocasiões.

O principal órgão de decisão da ONU terminou na quinta-feira a última revisão do projeto de resolução apresentado por Marrocos na semana passada, elaborado por países árabes e europeus, mais os EUA; um texto no qual se incluíram várias concessões a Moscou para evitar que exerça seu direito a veto no Conselho.

Foi incluída uma frase que destaca que a transição na Síria deve ser 'liderada pelos próprios sírios' e também menciona 'os esforços da Federação Russa em manter um encontro em Moscou (entre as partes sírias) de acordo com a Liga Árabe'.


Árabes e ocidentais já haviam eliminado da versão anterior a chamada específica ao presidente sírio, Bashar al Assad, para que entregue o poder a seu vice-presidente para formar um 'Governo de união nacional', assim como parágrafos nos quais encorajava os Estados-membros a adotar 'as mesmas medidas' impostas pela Liga Árabe sobre as sanções.

Também retiraram o parágrafo no qual se condenava a 'transferência de armas à Síria, que alimenta a violência', ao qual se opunha a Rússia, principal fornecedor de armamento ao regime sírio.

Além da Rússia, China, Índia, Paquistão e África do Sul são os países mais céticos em aprovar uma resolução contra Damasco, mas várias fontes diplomáticas consideram que, se Moscou a apoiar ou se abster, todos eles seguiriam sua posição. 

Acompanhe tudo sobre:Conselho de Segurança da ONUONUSíria

Mais de Mundo

Trump diz que alertou Netanyahu para adiar ataques ao Irã por causa das negociações nucleares

EUA apresentará nova proposta de acordo para Gaza, e enviado especial expressa otimismo

LEGOLAND Shanghai Resort abre venda de ingressos e anuncia inauguração para julho

Rússia está pronta para apresentar seu 'memorando' de paz à Ucrânia, diz chanceler russo