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Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 14h13.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança (CS) da ONU decidiu nesta sexta-feira, por unanimidade, ampliar durante um "período final de 30 dias" a Missão de Observação das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), cujo mandato expira hoje.
Os 15 países, sob a Presidência rotativa da Colômbia, adotaram uma resolução apresentada por Reino Unido, França, Alemanha e Portugal, que também leva em consideração "as implicações operacionais e a cada vez maior situação de periculosidade na Síria".
"Se a situação não mudar, a UNSMIS deixará o país em 30 dias", afirmou o embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, insistindo que esse período de tempo "é uma oportunidade final para que a missão cumpra seu mandato".
Os países expressaram preocupação com a situação na qual estão os 300 observadores militares não armados na Síria.
"Pedimos às partes que garantam a segurança do pessoal da UNSMIS, além de ressaltar que a responsabilidade principal nesse sentido recai sobre as autoridades sírias", diz o texto aprovado por unanimidade na ONU.
O texto também expressa "a vontade de renovar o mandato da UNSMIS perante uma solicitação do secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, e confirmação, por parte do CS, da cessação do uso de armamento pesado, além de uma redução suficiente do nível de violência para que a missão complete seu mandato".
"É uma decisão responsável e realista", disse o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig.
Wittig, ao lado dos embaixadores britânico e americano, lamentou o veto da Rússia e da China à resolução que contemplava a imposição de sanções econômicas e diplomáticas ao regime sírio.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse à imprensa que a resolução aprovada "é equilibrada e é voltada a todas as partes sírias".
Os países reiteraram que a situação na Síria tem que melhorar o suficiente, em 30 dias, para que a UNSMIS possa exercer seu mandato, caso contrário, "será iniciada a retirada dos missionários", disse o diplomata britânico.
No entanto, os combates entre rebeldes e as forças do presidente Bashar al Assad se intensificam. Nesta sexta-feira, um confronto causou a morte de dezenas de pessoas.
Enquanto a Comissão Geral da Revolução Síria disse que 64 pessoas morreram, o Observatório Sírio de Direitos Humanos aumentou o número para 74. Já os Comitês de Coordenação Local falam em 145 mortes.
Desde março, quando os combates entre forças do regime sírio e opositores começaram, mais de 15 mil pessoas morreram no país.