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Cruz Vermelha alerta sobre agravamento da crise na Síria

'Infelizmente, é mais do que provável que a situação humanitária piore', afirmou Jakob Kellenberger

Segundo a ONU, 75 mil já foram mortos desde o início da revolta contra o regime de Assad (Uriel Sinai/Getty Images)

Segundo a ONU, 75 mil já foram mortos desde o início da revolta contra o regime de Assad (Uriel Sinai/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 10h42.

Moscou - O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, alertou nesta segunda-feira para o mais que provável agravamento da situação humanitária na Síria ao se reunir com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

'Quero compartilhar minha avaliação sobre a situação na Síria. Infelizmente, é mais do que provável que a situação humanitária piore', afirmou Kellenberger, citado pelas agências russas.

Kellenberger expressou sua intenção de explicar ao chefe da diplomacia russa 'as medidas mais urgentes que deveriam ser tomadas no âmbito humanitário'.

Lavrov se manifestou a favor do acesso livre da ajuda ao país árabe. 'Em algumas regiões, as pessoas sofrem há vários meses, principalmente as mulheres e as crianças', informou nesta segunda um comunicado do CICV, que lembrou que as cidades onde existem violentos confrontos a situação é 'muito grave e poderá piorar'.

A nota acrescentou ainda: 'Consideramos necessários o cessar-fogo diário de pelo menos duas horas para a retirada de pessoas com urgência e o rápido fornecimento de ajuda humanitária'.

'A CICV pede a todas as partes interessadas que deem seu sinal verde a essas tréguas para que nossa organização tenha acesso às pessoas que precisam de ajuda', indicou.

Lavrov expressou na semana passada ao ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan o apoio da Rússia à sua missão de mediação para resolver o conflito na Síria.

O apoio à missão de Annan para estabelecer um diálogo entre o regime de Damasco e a oposição é um dos cinco pontos do plano para a Síria estabelecidos no início de março pela Rússia e a Liga Árabe.

A iniciativa estipula ainda a suspensão da violência 'seja de quem for', a criação de um mecanismo neutro que supervisione o cessar-fogo, a não intervenção estrangeira e o acesso à ajuda humanitária.

Moscou rejeitou até agora todas as resoluções propostas no Conselho de Segurança da ONU que se referem a uma possível intervenção ocidental e pedem a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad. 

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