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Cristina Kirchner presidirá principal partido de oposição a Milei

A ex-presidente argentina assume a liderança do principal partido oposicionista após a Justiça barrar concorrente

Cristina Kirchner: confirmada como única candidata à presidência do Partido Justicialista (Amilcar Orfali/Getty Images)

Cristina Kirchner: confirmada como única candidata à presidência do Partido Justicialista (Amilcar Orfali/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 17h21.

Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 17h36.

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A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (2007-2015) presidirá o Partido Justicialista, de orientação peronista e principal força de oposição ao ultraliberal Javier Milei, após a Justiça invalidar a única lista concorrente para as eleições internas da formação, informaram fontes judiciais nesta sexta-feira, 1º.

Uma juíza federal ratificou a decisão da Junta Nacional Eleitoral, que invalidou a única lista que competia com a de Kirchner para dirigir o Partido Justicialista, pela ausência dos comprovantes necessários para se candidatar às eleições internas desta formação, segundo o veredito divulgado pela imprensa.

Oposição ao governo Milei

Kirchner, que também foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernández (2019-2023), será a candidata única para dirigir o principal partido do peronismo, de orientação centro-esquerda, e a primeira força em ambas as câmaras do Congresso argentino.

A ex-presidente tem sido uma firme opositora às políticas de ajuste de gasto público e desregulação da economia promovidas por Milei. A Argentina enfrenta uma grave recessão, com 52,9% da população vivendo abaixo da linha da pobreza e uma inflação interanual de 209%. Em diversas ocasiões, os dois trocaram farpas na rede social X (antigo Twitter), com acusações mútuas. Kirchner chegou a acusar Milei de querer matá-la, após ele declarar que colocaria “o último prego no caixão do kirchnerismo com Cristina dentro”.

Disputa interna e eleição do partido

O presidente argentino garantiu que se tratava de uma metáfora, mas a fala de Milei foi especialmente sensível para Kirchner, que sofreu uma tentativa de assassinato em 1º de setembro de 2022, quando um homem se aproximou dela e apontou uma arma em seu rosto, sem efetuar o disparo.

As eleições internas do Partido Justicialista estão marcadas para 17 de novembro. Porém, com uma única candidatura, é possível que Kirchner seja proclamada vencedora antes desta data. A lista impugnada era liderada pelo governador de La Rioja, Ricardo Quintela, apoiado por Axel Kicillof, governador de Buenos Aires e afilhado político de Kirchner.

Possível desfecho judicial

Além da liderança no partido, Cristina Kirchner ainda enfrenta o julgamento na Câmara de Cassação Penal sobre uma condenação de seis anos por corrupção, sentenciada em primeira instância em 6 de dezembro de 2022. A decisão pode definir o futuro político da ex-presidente.

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