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Cristina Kirchner é convocada a depor pela 2ª vez em caso de corrupção

Ex-presidente da Argentina é acusada de liderar quadrilha para receber dinheiro de empresários em troca de favores políticos

Cristina Kirchner: Ex-presidente da Argentina nega as acusações (Martin Acosta/Reuters)

Cristina Kirchner: Ex-presidente da Argentina nega as acusações (Martin Acosta/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 19h34.

Buenos Aires - A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foi convocada nesta quarta-feira a depor pela segunda-vez em um caso que ficou conhecido como "caderno das propinas", no qual ela é acusada de liderar uma quadrilha montada para receber dinheiro de empresários da construção civil em troca de favores políticos.

Cerca de 90 pessoas, entre elas ex-funcionários do governo de Cristina e empresários, já foram ouvidas pelo juiz Claudio Bonadio, que considerou que os depoimentos forneceram "novos elementos" para convocar a atual senadora a depor mais uma vez.

Fontes da defesa da ex-presidente disseram à Agência Efe que Cristina repetirá as declarações que fez no primeiro depoimento e que a ação de Bonadio tem como objetivo atrapalhar os planos da senadora de se candidatar à Casa Rosada em outubro deste ano.

Cristina afirmou em agosto do ano passado, durante o primeiro depoimento, que as acusações são um "disparate". E também disse ser vítima de uma "manobra persecutória" por parte de Bonadio.

O escândalo começou depois do motorista do ministro de Planejamento durante o governo de Cristina ter revelado um caderno no qual anotava as viagens que fazia para levar malas de dinheiro de empresários para outros funcionários da Casa Rosada.

Com base nas anotações do motorista, que deram nome ao escândalo, Bonadio ordenou as prisões de dezenas de empresários da construção civil e ex-integrantes dos governos de Cristina e Néstor Kirchner.

A defesa de Cristina disse que a convocação para depor era uma "manobra esperada" de Bonadio, acusado por ela de ser o "braço armado" do governo do presidente Mauricio Macri nesse caso.

Os advogados da ex-presidente ainda afirmaram que nenhum dos empresários ou ex-funcionários do governo que fizeram acordos de delação premiada com a Justiça acusaram Cristina de ter envolvimento no esquema de propina revelado pelos cadernos do motorista.

Segundo a agência estatal "Telám", Bonadio também convocou novos depoimentos do ex-ministro de Planejamento Julio de Vido, que está preso, e do empresário Ángelo Calcaterra, primo de Macri.

Mais de 30 investigados no escândalo aceitaram ser "acusados colaboradores" da Justiça, um instrumento legal similar à delação premiada criado durante a gestão do atual presidente da Argentina para agilizar as investigações sobre corrupção.

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