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Cristina Kirchner denuncia "perseguição" que visa sua prisão

A ex-presidente argentina criticou que há "décadas" não se via "um abuso de poder e perseguição política" como os que denuncia acontecerem contra ela


	A presidente argentina Cristina Kirchner: Kirchner também criticou duramente a cobertura feita por alguns veículos de imprensa nacionais sobre o assunto
 (Juan Mabromata/AFP)

A presidente argentina Cristina Kirchner: Kirchner também criticou duramente a cobertura feita por alguns veículos de imprensa nacionais sobre o assunto (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2016 às 18h20.

Buenos Aires - A ex-presidente argentina Cristina Kirchner criticou nesta quinta-feira que há "décadas" não se via "um abuso de poder e perseguição política" como os que denuncia acontecerem contra ela, e ressaltou que há um "claro objetivo" de colocá-la "presa".

A ex-chefe de Estado se pronunciou no Twitter após a justiça ordenar hoje pelo menos dez revistas em diferentes cidades da província de Santa Cruz para investigar a empresa Los Sauces, da qual possui ações.

Cristina Kirchner critica que as inspeções, "como não podia ser de outra maneira", foram ordenadas pelo juiz Claudio Bonadío, que em maio ditou seu processo em outra causa que investiga contratos de venda de futuros de dólar pelo Banco Central durante seu mandato.

No entanto, recentemente a Câmara Federal de Buenos Aires aceitou um processo iniciado pela ex-presidente que investiga, entre outros, Bonadío por sua atuação nesse expediente conhecido como "Dólar futuro".

A ex-presidente reprova que, "de forma simultânea sobre uma mesma causa", a que investiga a empresa Los Sauces, seja dirigida por dois juízes.

"Também revistaram propriedades de Los Sauces S.A. que estão alugadas a terceiros. Dizem que arrombaram a porta de um dos inquilinos, que não estava em Río Gallegos. Fazia tempo, décadas diria, que não se via um abuso de poder e perseguição política semelhante", analisou.

Cristina Kirchner também criticou duramente a cobertura feita por alguns veículos de imprensa nacionais sobre o assunto.

"Transmitirão ao vivo as inspeções, arrasando com os códigos vigentes e os mais elementares direitos e garantias que a Constituição Nacional reconhece a qualquer cidadão?", questionou.

O argumento usado pela ex-governante foi que "como nunca houve contas ocultas no exterior ou bens não declarados do fisco argentino, sempre inventaram sobre as DDJJ (declarações patrimoniais juramentadas), que sempre foram apresentadas ao Fisco para pagar os impostos em dia".

"Não estamos nos Panamá Papers nem em nenhum outro escândalo internacional", revelou, em alusão à investigação em torno da aparição do presidente da Argentina, Mauricio Macri, no escândalo panamenho.

A ex-presidente também questionou se "alguém sabe" se o atual presidente do país e sua família tiveram "arrombadas casas, empresas ou escritórios ou (propriedades) de algum de seus funcionários envolvidos, que o acompanham" desde que Macri era chefe do governo da cidade de Buenos Aires. 

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