Mundo

Kirchner dá impulso à carreira política de seu filho

O ato aconteceu na cidade patagônica de Río Gallegos, o bastião familiar que foi também o trampolim à política do pai de Máximo, o já falecido Néstor Kirchner


	Cristina, que foi presidente por dois mandatos consecutivos, não pode ser candidata à outra reeleição e passará o poder no dia 10 de dezembro
 (AFP/ Alejandro Amdan)

Cristina, que foi presidente por dois mandatos consecutivos, não pode ser candidata à outra reeleição e passará o poder no dia 10 de dezembro (AFP/ Alejandro Amdan)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 07h13.

Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deu nesta quinta-feira um impulso definitivo à carreira política de seu filho, Máximo Kirchner, em um ato por ocasião da postulação do herdeiro do kirchnerismo como candidato a deputado.

O ato aconteceu na cidade patagônica de Río Gallegos, o bastião familiar que foi também o trampolim à política do pai de Máximo, o já falecido Néstor Kirchner, que estreou como prefeito desta cidade em 1987, depois foi governador provincial e chegou a presidente da Argentina em 2003.

Já em clima de campanha, a governante argentina lembrou as gestões de Kirchner na província de Santa Cruz, da qual Río Gallegos é capital, onde Máximo procura obter uma boa parcela de votos para chegar ao Congresso nas eleições de 25 de outubro, nas quais também será eleito o novo presidente do país.

Cristina, que foi presidente por dois mandatos consecutivos, não pode ser candidata à outra reeleição e passará o poder no dia 10 de dezembro ao vencedor dessas eleições.

"Vejam que Estado vamos deixar a todos os argentinos a partir de 10 de dezembro", afirmou Cristina, ao inaugurar a nova sede do Centro Articulador de Políticas Sanitárias na capital de Santa Cruz.

"Até a oposição agora nos dá razão", comentou a chefe de Estado argentina, em alusão às declarações de Mauricio Macri, líder do partido conservador Proposta Republicana (Pró), que no domingo passado afirmou que, se for eleito, manterá algumas das principais medidas dos governos kirchneristas.

Sob o lema "Sempre Santa Cruz", a campanha eleitoral do primogênito da governante argentina também evoca a figura de seu pai, falecido em 2010, com a inclusão de fragmentos de seus discursos nos informes publicitários que circulam pelos meios de comunicação.

Apesar ser o líder do agrupamento juvenil La Cámpora, um dos principais dentro do kirchnerismo, o filho de Cristina tinha mantido um perfil discreto na cena política até que começou a participar de vários atos eleitorais por Santa Cruz há duas semanas.

Além disso, irrompeu também na campanha nacional ao criticar o discurso que Macri deu no domingo passado após a ajustada vitória de seu candidato, Horacio Rodríguez Larreta, para a prefeitura de Buenos Aires.

"Agora quer manter tudo o que há um ano e meio queria derrubar", criticou o líder de La Cámpora quando Macri prometeu que manteria políticas sociais do kirchnerismo, assim como a titularidade pública da companhia petrolífera YPF e da empresa aérea Aerolíneas Argentinas.

As mesmas políticas foram defendidas por Cristina no ato em Santa Cruz, no qual, da mesma forma que tinha feito seu filho, disparou duramente contra Macri.

"Nunca mudamos de ideia por conveniência nem para conquistar votos", enfatizou a governante.

"Toda vez que tivemos ideias e projetos, fizemos isso porque acreditamos profundamente no que fazemos. Vocês nunca escutaram a mim ou a meu companheiro (Néstor Kirchner) dizer algo por conveniência eleitoral. Ao contrário, por dizer a verdade muitas vezes pagamos caro", acrescentou.

No ato, Máximo Kirchner contou também com o apoio de sua tia, Alicia Kirchner, atual ministra do Desenvolvimento Social, que será candidata à governadora dessa província pelo Frente para a Vitória (Fpv), segundo as palavras do próprio filho da presidente.

Máximo Kirchner permaneceu durante anos afastado dos holofotes, até que decidiu romper o silêncio em setembro do ano passado em um grande ato em um estádio da cidade de Buenos Aires organizado por La Cámpora.

Sua aparição, segundo disse à Agência Efe o analista político Patrício Giusto, "tem a ver com a necessidade da presidente de demonstrar que há projeto kirchnerista além de 2015, quando não estiver na presidência". EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerEleiçõesPolíticos

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo