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Cristina Kirchner critica empresas petrolíferas

Presidente da Argentina voltou ao trabalho ontem, depois de 21 dias de licença médica

Em discurso, à noite, ela criticou as empresas petrolíferas de formarem um cartel para cobrar um sobrepreço ao óleo diesel vendido no atacado (Juan Mabromata/AFP)

Em discurso, à noite, ela criticou as empresas petrolíferas de formarem um cartel para cobrar um sobrepreço ao óleo diesel vendido no atacado (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 07h40.

Buenos Aires – A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, voltou ao trabalho nesta quarta-feira (25), depois de 21 dias de licença médica. E deixou claro que não ficou de repouso absoluto, depois da cirurgia para retirar a glândula tireoide.

Em discurso, à noite, ela criticou as empresas petrolíferas – entre elas, a Petrobras – de formarem um cartel para cobrar um sobrepreço ao óleo diesel vendido no atacado. E de não investirem no país, que este ano terá que gastar US$ 7 bilhões para importar energia. “Acabou-se a esperteza”, disse a presidente.

A presidente também respondeu ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Na semana passada, ele acusou a Argentina de “colonialismo”, depois que o governo argentino conseguiu o apoio dos países vizinhos, para fecharem os portos da região a barcos com bandeiras das Ilhas Malvinas.

Cristina Kirchner apareceu em público pela primeira vez, desde a sua cirurgia, no ultimo dia 4. Quando foi internada, os médicos pensavam que tinha um tumor maligno. Mas depois da operação, descobriram que não era câncer.

Vestida de negro, a presidente deixou claro que vai manter o luto pelo marido, o ex-presidente Nestor Kirchner, morto em outubro do ano passado. E não escondeu a cicatriz no pescoço. “Acho que ate fica bem”, brincou.


Ela agradeceu o apoio dos simpatizantes, que acamparam em frente aoo hospital, nos três dias em que esteve internada. E prometeu tornar público um documento militar secreto, revelando os erros cometidos pela ditadura argentina na guerra de 1982, contra o Reino Unido, pela posse das Ilhas Malvinas.

Em abril, os argentinos comemoram trinta anos da derrota na guerra, mas continuam reivindicando, nas Nações Unidas, a devolução do pequeno arquipélago no Atlântico Sul.

No discurso, de meia hora, a presidente questionou as críticas feitas por Cameron. “O comitê de descolonização das Nações Unidas tem dezesseis causas de lugares que são colônias, das quais dez são da Inglaterra, e uma das mais emblemáticas são nossas Ilhas Malvinas", disse. Ela também criticou o Reino Unido por estar explorando petróleo e recursos naturais, no território em disputa.

A falta de energia é um dos problemas que a Argentina enfrentará este ano. O país terá que gastar US$ 7 bilhões na importação de energia que podia produzir. Por isso a presidente criticou as empresas petrolíferas, que não têm investido na Argentina, mas que estão cobrando preços de cartel pela venda de óleo diesel.

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