Até 2030, o país deve ganhar mais cinco usinas, além de Angra 3, já em construção. (Wikimedia Commons)
Vanessa Barbosa
Publicado em 15 de março de 2011 às 16h40.
São Paulo - A explosão nas usinas japonesas de Sendai e Fukushima, após um terremoto e um tsunami terem atingido o país, traz à tona preocupações com a segurança nuclear. Governos europeus anunciaram, nesta terça, que vão rever seus projetos nucleares. Alemanha, Suíça e Índia chegaram a suspender temporariamente a construção de novas usinas. E o presidente russo Vladmir Putin pediu a abertura de uma investigação sobre o futuro do programa energético do país.</p>
O programa nuclear brasileiro, entretanto, não deve ser abalado. De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, o país está a salvo da catástrofe japonesa. "As condições extremas causadas pelos abalos sísmicos no Japão não fazem parte da realidade brasileira", afirmou o órgão em nota.
"Nossas usinas nucleares estão preparadas para problemas que possam eventualmente ocorrer, mesmo com probabilidade muito baixa". Entretanto, ressaltou o órgão, caso se mostre necessária, "qualquer possível evolução nas condições de segurança resultante da experiência japonesa" poderá ser integrada ao programa brasileiro.
De acordo com a Comissão, o setor nuclear está em crescimento, com a perspectiva de ampliação do uso desse tipo de energia na geração de eletricidade. Atualmente, o Brasil possui duas usinas em operação, Angra 1 e Angra 2, que, ao lado das termelétricas a gás, respondem por quase toda a totalidade da complementação térmica requerida pelo sistema elétrico nacional, de 10%. A construção de Angra 3 já iniciou e há previsão de instalação de outras quatros usinas em território nacional até 2030.