Membros do grupo militar comandado por Khalifa Haftar avançam para Trípoli (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de maio de 2019 às 19h42.
Roma — Pelo menos 550 pessoas morreram no último mês na Líbia com a escalada do conflito armado, entre elas 128 menores de idade, informou nesta sexta-feira a Associação de Médicos Estrangeiros na Itália (AMSI), que mantém contato com os hospitais líbios.
O presidente da organização, Foad Aodi, atualizou aos meios de comunicação italianos seu balanço de mortos na Líbia para 550 pessoas, desde que há um mês o homem forte do leste, o marechal Khalifa Hafter, iniciou uma ofensiva para conquistar a capital Trípoli.
Desse número de mortos, 128 são crianças e 140 mulheres, detalhou a AMSI, que se mantém em contato com os centros hospitalares do país norte-africano e que costuma publicar relatórios sobre essa guerra, o último deles em 7 de maio, quando fixou em 530 o número de vítimas mortais.
Por outro lado, os feridos já superam os 3.200, enquanto os deslocados rondam os 65.000, na sua maioria mulheres e crianças, enquanto muitos menores - cerca de 1.600 - foram recrutados para os combates.
Aodi disse ainda que os médicos líbios alertam para a falta de todas as vacinas para crianças, o que poderia derivar em um "forte risco de epidemias".
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde que, em março de 2011, a Otan contribuiu militarmente para vitória de diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Khadafi (1969-2011).
Desde 2014, o país tem dois governos principais, um imposto pelas Nações Unidas após seu fracassado plano de paz, e que domina apenas a capital, e outro liderado pelo marechal Hafter na cidade de Tobruk que controla cerca de 70% do país.
A estes se soma a poderosa cidade-estado de Misrata, inimiga de Hafter, e dezenas de milícias e máfias dedicadas ao contrabando de armas, pessoas e gasolina.