Caravana de imigrantes: um grupo que já chegou a 7 mil imigrantes partiu há semanas de Honduras, adentrou o México e, apesar das ameaças de Trump, segue sua marcha rumo à fronteira (/Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2018 às 06h29.
Última atualização em 30 de outubro de 2018 às 06h29.
O presidente americano Donald Trump, acostumado a protagonizar momentos que beiram o surrealismo, está prestes a uma espécie de ápice. Hoje começam a chegar à fronteira com o México 5.200 militares para impedir a entrada de uma caravana de imigrantes da América Central. É um contingente similar ao alocado no Iraque.
A cena é de fato surreal: um grupo que já chegou a 7.000 imigrantes maltrapilhos partiu há semanas de Honduras, adentrou o México e, apesar das ameaças de Trump, segue sua marcha rumo à fronteira. O que acontecerá quando se depararem com a barreira militar é motivo de grande expectativa. Para Trump, a entrada de imigrantes ou um banho de sangue são dois cenários nocivos mirando as eleições parlamentares do dia 6 de novembro.
Na semana passada, o governo americano sofreu um revés. O presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou medidas que flexibilizam o acesso dos imigrantes centro-americanos ao território mexicano, afirmando saber que os imigrantes procuram “uma oportunidade e querem construir um novo lar e um futuro melhor para sua família e seus entes queridos”. Com isso, os pedidos do governo americano de impedir que os imigrantes chegassem às fronteiras foram por água abaixo. Por isso, o presidente dos Estados Unidos pode pronunciar um discurso em que anuncia uma nova medida para restringir a entrada de imigrantes no país, de maneira geral. Uma espécie de decreto pode ser anunciada, criando restrições até mesmo para aqueles que pedirem asilo..
A ação não é nova. O governo de Trump já realizou medidas como essa contra imigrantes do Iêmen, da Síria e do Irã, sob a justificativa de priorizar a segurança do país. Desta vez, porém, a situação é diferente. Organizações de direitos civis alegam que a medida viola os direitos humanos, uma vez que as pessoas que buscam asilo se encontram sob condições precárias.