Mundo

Crise na Europa deixa Paul Krugman “aterrorizado e entediado”

Ganhador do Nobel de Economia diz que está com medo por causa da ameaça ao euro, e entediado por não haver nada de novo à vista para salvar a União Europeia do colapso

Irresponsabilidade fiscal da Grécia colaborou com a atual crise que deixa o ganhador do Nobel de Economia "aterrorizado" (Louisa Gouliamaki/AFP)

Irresponsabilidade fiscal da Grécia colaborou com a atual crise que deixa o ganhador do Nobel de Economia "aterrorizado" (Louisa Gouliamaki/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2011 às 15h08.

São Paulo - A crise na Europa está deixando o economista Paul Krugman com medo. “É possível estar, ao mesmo tempo, aterrorizado e entediado? É como me sinto a respeito das negociações que estão a caminho para tentar reagir à crise na Europa”, disse o ganhador do prêmio Nobel 2008, em sua coluna desta segunda-feira no jornal norte-americano New York Times.

Segundo ele, a situação na Europa é “realmente muito assustadora”. Os países que correspondem a, no mínimo, um terço da economia da União Europeia estão sob ataque especulativo e a própria existência da moeda única está ameaçada. Para Krugman, o colapso do euro poderia “infligir danos enormes ao mundo todo”. É a parte que o deixa aterrorizado.

A explicação para o tédio vem em seguida. “Parece que os políticos europeus vão continuar a fazer mais do mesmo. Eles provavelmente vão dar um jeito de providenciar mais crédito aos países com problemas, o que pode ou não evitar um desastre iminente. Mas eles não parecem entender um fato crucial – a saber, que sem políticas fiscal e monetária expansionistas nas economias mais fortes da Europa, todas as suas tentativas de resgate irão falhar.”

Para o economista, o atual modelo de duros cortes nos gastos e a política monetária adotados nos países endividados não vão surtir o efeito desejado. Principalmente no caso da Grécia, que foi irresponsável do ponto de vista fiscal nos anos de “fartura econômica” e agora deve muito mais do que consegue pagar.

“Não espero que algo tão ruim aconteça na Europa do século XXI. Mas há uma distância enorme entre o que o euro precisa para sobreviver e o que os líderes europeus pretendem fazer. E dada esta distância, é difícil encontrar motivos para ser otimista”, conclui Krugman.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEconomistasEuropaPaul KrugmanPersonalidadesUnião Europeia

Mais de Mundo

Autoridades evacuam parte do aeroporto de Gatwick, em Londres, por incidente de segurança

Japão aprova plano massivo para impulsionar sua economia

Rússia forneceu mísseis antiaéreos à Coreia do Norte em troca de tropas, diz diretor sul-coreano

Musk e Bezos discutem no X por causa de Trump