Justin Trudeau: primeiro-ministro do Canadá fez acusações aos indianos (Patrick Doyle/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 19 de setembro de 2023 às 06h38.
O governo do Canadá informou na segunda-feira (18) que expulsou de seu território o chefe do serviço de inteligência externo da Índia em Ottawa, ao acusar o país asiático de envolvimento com o assassinato em junho de um líder sikh exilado.
O primeiro-ministro Justin Trudeau declarou, em uma sessão de emergência do Parlamento, que seu governo tem "alegações críveis" que vinculam agentes indianos com a morte do dirigente sikh Hardeep Singh Nijjar em Vancouver, no oeste do país.
"O envolvimento de um governo estrangeiro no assassinato de um cidadão canadense em solo canadense é uma violação inaceitável de nossa soberania", disse Trudeau.
A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, declarou que o governo tinha tomado medidas imediatas. "Hoje, foi expulso do Canadá um alto diplomata indiano", disse. Sem identificar o funcionário, Joly afirmou que se tratava do chefe do serviço de inteligência externo da Índia, conhecido pela sigla RAW (Research and Analysis Wing), no Canadá.
O ministério indiano das Relações Exteriores chamou de "absurdas" as acusações de envolvimento governamental na morte de Nijjar e ordenou a expulsão de um diplomata canadense do país em um prazo de cinco dias, como represália.
"As acusações de participação do governo da Índia em qualquer ato de violência no Canadá são absurdas", afirmou o ministério indiano das Relações Exteriores em um comunicado. "Somos um sistema político democrático com um forte compromisso com o Estado de direito", acrescenta a nota.
O líder Nijjar, que era considerado um terrorista pelo Estado indiano, foi morto a tiros em 18 de junho em Surrey, um subúrbio de Vancouver que abriga uma importante comunidade sikh. O Canadá tem a maior população sikh fora do Punjab indiano.
Nijjar defendia a criação de um Estado sikh independente em partes do norte da Índia e do Paquistão. Nova Délhi, por sua vez, acusava Nijjar de realizar atentados terroristas no país, o que ele sempre negou.
Com AFP.