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Crise elétrica deixa Equador no escuro em meio à sua pior seca

Racionamentos terão início na próxima segunda-feira, por causa do período de seca

Soldado vigia usina hidrelétrica de Mazar, em Las Palmas, Equador, em 17 de setembro de 2024 ( Agence France-Presse/AFP)

Soldado vigia usina hidrelétrica de Mazar, em Las Palmas, Equador, em 17 de setembro de 2024 ( Agence France-Presse/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 15h25.

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O Equador ficará no escuro na noite desta quarta-feira, 18, por causa de um apagão programado de oito horas para manter o sistema de transmissão, em meio a uma crise elétrica decorrente da pior seca em 60 anos.

Antes dos racionamentos, que terão início na próxima segunda-feira, 23, em razão do período de seca, que colocou em risco as hidrelétricas, o corte preventivo ocorrerá a partir das 22h locais (00h de quinta-feira, no horário de Brasília) em todo o país, segundo o governo.

O ministro de Energia, Antonio Goncalves, precisou nesta quarta que haverá apagões de até quatro horas e por setores. "Os cortes não vão ser de oito horas. Serão de duas, três, quatro horas, dependendo de onde, de qual distribuidora ou de qual linha de transmissão os trabalhos serão feitos", explicou.

Ele acrescentou que não haverá apagões em algumas regiões do país, cuja demanda de eletricidade depende em 70% da geração hídrica.

Áreas estratégicas como hospitais e o serviço de segurança ECU911 estão excluídos do racionamento.

Durante o apagão, estará em vigor um toque de recolher em seis das 24 províncias e na cidade mineradora de Camilo Ponce Enríquez (sul), que estão em estado de emergência devido à violência das drogas.

Ao menos 46 mil policiais vão patrulhar o território nacional, onde também operam gangues dedicadas a sequestros e extorsões e às quais o Executivo declarou guerra em janeiro, deslocando militares para as ruas com o argumento de que o país enfrenta um conflito armado interno.

Soldados assumiram na terça-feira a tarefa de garantir a segurança da importante represa de Mazar, no sul andino, que abastece com água um complexo de três hidrelétricas, cujo nível está em torno de 2.121 metros acima do nível do mar (onze metros acima do mínimo).

Após o apagão desta quarta-feira, o Equador – com 17 milhões de habitantes – sofrerá novos cortes simultaneamente durante o período de segunda-feira, 23 de setembro, e quinta-feira, 26 de setembro, conforme anunciado.

Para poupar energia, o setor público estará em regime de teletrabalho na quinta e sexta-feira desta semana e da próxima.

Goncalves disse que "se chover de forma bastante consistente, pode não haver apagões" e que técnicos estão bombardeando nuvens para provocar chuvas.

O Equador registra atualmente um déficit de 1.000 megawatts, dos quais pelo menos 100 são cobertos por uma barcaça térmica que entrou em pleno funcionamento na terça-feira.

A Câmara de Comércio do porto de Guayaquil (sudoeste e polo comercial) estima que o país perca cerca de US$ 12 milhões (R$ 66 milhões) por cada hora de apagão.

Devido aos baixos níveis de água ou ao acúmulo de sedimentos nos diques por chuvas torrenciais que não foram permanentes, assim como por "erro humano", o Equador sofreu outro racionamento este ano. Em abril, houve cortes de até 13 horas diárias.

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