Mundo

Crise e corrupção fazem apoio ao governo espanhol despencar

População espanhola continua pessimista com as perspectivas políticas e econômicas, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira

Metade dos espanhóis considera a situação "péssima" e qualifica a corrupção como o segundo pior problema da Espanha, atrás do desemprego, segundo pesquisa (REUTERS/Juan Medina)

Metade dos espanhóis considera a situação "péssima" e qualifica a corrupção como o segundo pior problema da Espanha, atrás do desemprego, segundo pesquisa (REUTERS/Juan Medina)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2013 às 17h55.

Madri - O apoio popular ao governo espanhol de centro-direita despencou em razão de um importante escândalo de corrupção e da continuada recessão, e a população continua pessimista com as perspectivas políticas e econômicas, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

Metade dos espanhóis considera a situação "péssima" e qualifica a corrupção como o segundo pior problema da Espanha, atrás do desemprego, segundo a pesquisa feita em abril pelo Centro de Investigações Sociológicas (CIS), um órgão governamental, que ouviu 2.482 pessoas.

O desemprego no recorde, alegações de corrupção e medidas de austeridade derrubaram o apoio aos dois principais partidos políticos do país, o governista Partido Popular (PP) e o socialista PSOE, o principal da oposição.

Se uma eleição geral fosse realizada hoje, o primeiro-ministro Mariano Rajoy, do PP, teria 34 % dos votos, um ponto percentual a menos do que na pesquisa de janeiro. Em novembro de 2011, ele foi eleito com 44,6 %.

A pesquisa mostra ainda que 56 % das pessoas não confiam em Rajoy, o que reflete as suspeitas de corrupção na cúpula do PP que vieram à tona neste ano. O premiê nega que ele ou seu partido tenham cometido qualquer irregularidade.

Num país onde o desemprego chega ao recorde de 27 %, os protestos nas ruas são cada vez mais comuns, chegando a reunir mais de 1 milhão de pessoas no 1º de Maio. Também têm sido comuns aglomerações para escrachar políticos diante das suas casas, um tipo de protesto condenado duramente pelo PP.

O PSOE também fica abalado pela sensação dominante de que todos os políticos são corruptos. A intenção de voto no partido socialista caiu de 33,4 % no começo do ano para 28,2 % agora, e seu líder, Alfredo Pérez Rubalcaba, não inspira confiança em 53 % dos entrevistados.


Quem mais se beneficia politicamente com a crise é o pequeno partido centrista União, Progresso e Democracia (UPyD), que saltou de 3,5 para 7,4 % das intenções de voto em um ano. Outros partidos alternativos, como o Esquerda Unida (IU), também cresceram.

Após sete trimestres consecutivos de contração econômica, mais da metade dos espanhóis acha a situação econômica "péssima", e 36 % consideram que ela ainda vai piorar no próximo ano.

A próxima eleição geral na Espanha está prevista para 2015.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosEspanhaEuropaFraudesGovernoPiigs

Mais de Mundo

Secretário da Saúde de Trump diz que 20% das demissões feitas por Musk foram erros

Califórnia quer ficar isenta de represália comercial contra os EUA

Juiz ordena que imigrante deportado por engano para prisão em El Salvador retorne aos EUA

Reino Unido corre para fechar um acordo após tarifas de 10% impostas por Trump