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Crise dos reféns prossegue na Argélia após operação militar

As forças especiais do exército argelino atacaram ontem a zona residencial do complexo de gás, onde os terroristas mantinham preso o maior grupo de reféns


	Placa na estrada indica campo de exploração de gás de Amenas, onde ocorreu os sequestros dos militantes islâmicos:  segue a confusão sobre os números de vítimas
 (Kjetil Alsvik/Statoil/Divulgação)

Placa na estrada indica campo de exploração de gás de Amenas, onde ocorreu os sequestros dos militantes islâmicos:  segue a confusão sobre os números de vítimas (Kjetil Alsvik/Statoil/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 09h29.

Argel - A crise dos reféns, que eclodiu na quarta-feira na Argélia quando um grupo armado sequestrou centenas de argelinos e dezenas de estrangeiros em um campo de gás no deserto, continua nesta quinta-feira, um dia após uma operação militar contra parte das instalações.

As forças especiais do exército argelino atacaram ontem a zona residencial do complexo de gás, onde os terroristas mantinham preso o maior grupo de reféns, segundo fontes oficiais entrevistas pela agência estatal "APS".

A operação militar contra essa área da plataforma, denominada "campo de vida", acabou com o resgate de 600 argelinos, dois escoceses, um queniano e um francês, e um número ainda indeterminado de mortos e feridos, segundo a versão oficial, que não incluiu números nem detalhes.

Ontem à noite, fontes da província de Ilizi, onde fica o campo, anunciaram o fim de uma operação de resgate e pouco depois esclareceram que a operação havia sido lançada contra uma parte do complexo e que os terroristas seguiam mantendo um grupo de reféns na zona industrial das vastas instalações.

No entanto, não foram divulgados números sobre o número de reféns que os sequestradores mantêm em cativeiro, nem suas nacionalidades.


O ministro do Interior argelino, Daho Ould Kablia, disse ontem ao jornal "Al Shuruk" que os terroristas provinham da Líbia, situada a 100 quilômetros do complexo de gás, uma informação que tinha negado o dia anterior.

Além disso, detalhou que a operação havia sido "planejada e supervisionada pelo terrorista Mojtar Belmojtar do território líbio".

Precisamente, o argelino Belmojtar, emir da denominada "Brigada dos mascarados" reivindicou a autoria o ataque e afirmou que foi realizado por uma célula conhecida como "Os que assinam com sangue", criada em dezembro para tomar represálias em caso de uma intervenção militar internacional no Mali contra os grupos salafistas que controlam desde junho o norte do país.

Belmojtar foi um dos artífices em 2003 do sequestro de 32 turistas estrangeiros no deserto argelino.

Enquanto segue a confusão sobre os números de vítimas e a ausência de dados oficiais, alguns países começaram a anunciar a libertação de seus cidadãos.

A França assegurou que pelo menos dois franceses sobreviveram ao ataque do Exército e a companhia petrolífera Noruega Statoil, uma das empresas que opera o complexo junto com a argelina Sonatrach e a britânica BP, também anunciou o resgate de um de seus empregados, e agora 9 de seus 17 homens estão a salvo.

O governo japonês também confirmou hoje que três de seus cidadãos se encontram a salvo, mas segue sem notícias dos outros 14 trabalhadores que se estavam nas instalações.

De acordo com os terroristas, 41 estrangeiros permaneciam em seu poder, dos quais 35 teriam morrido durante um bombardeio do exército argelino, números que não foram confirmadas oficialmente. 

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