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Crise do ebola deve piorar, diz presidente da Libéria

Surto matou 1.426 das 2.615 pessoas infectadas com o vírus, sendo que metade das mortes ocorreram na Libéria


	Pacientes com Ebola em centro de tratamento na Libéria
 (Zoom Dosso/AFP)

Pacientes com Ebola em centro de tratamento na Libéria (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 18h39.

Monróvia - A crise causada pelo surto de ebola deve piorar nos próximos meses, alertou a presidente da Libéria nesta terça-feira, reconhecendo o estrago causado pela epidemia.

"É improvável que estejamos no ápice da propagação do ebola", disse a presidente Ellen Johnson Sirleaf, por e-mail, em resposta às questões do jornal The Wall Street Journal.

A epidemia, que tem prejudicado a política e a economia do pequeno país do oeste africano, confronta Sirleaf, de 75 anos, com uma crise importante dois anos antes do fim de seu mandato.

O surto matou 1.426 das 2.615 pessoas infectadas com o vírus, sendo que metade das mortes ocorreram na Libéria. Seu governo tem sido criticado pela resposta relativamente lenta e autoridades enfrentam uma batalha crescente para conter a doença.

Nesta terça-feira, a presidente dispensou todas as autoridades que não acataram seu ultimato, publicado no começo de agosto, que pedia o retorno de todas as viagens estrangeiras, informou seu porta-voz, Jerolimnek Piah.

Ele se recusou a dizer quantas autoridades foram cassadas.

Para Sirleaf, os relatos de liberianos negando a existência do ebola foram exagerados. "A vasta maioria dos liberianos está ouvindo o governo", ela disse.

"Só porque a mídia amplificou uns poucos incidentes nos quais civis não ouviram o governo e reagiram inapropriadamente essa não é a norma."

A presidente disse, no entanto, que as medidas do governo para conter a doença estão funcionando.

"Nós podemos ver o fim", ela disse. Para controlar a epidemia, autoridades liberianas recorreram a medidas drásticas.

Dois bairros altamente povoados foram postos em quarentena, ao mesmo tempo em que escolas foram fechadas e transformadas em centros de monitoramento para pessoas que apresentam sintomas de ebola.

"A maior preocupação para a maioria de nossos cidadãos não é que a doença tire suas vidas, mas que tire seu sustento", afirmou Sirleaf.

"O que é desolador é que os métodos que precisamos usar para combater a propagação do vírus - fechar fronteiras, erguer postos de controle e fechar todos os escritórios do governo não essenciais - prejudicam a atividade comercial e os negócios."

Em seu e-mail, a primeira presidente mulher eleita da África defendeu os ganhos da Libéria em seu governo.

O país estava apenas começando a reconstruir sua economia, após 14 anos de uma guerra civil na qual a Libéria perdeu 90% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

"Precisamos lembrar que, mesmo antes da epidemia de ebola, a economia da Libéria era encorajadora, mas ainda frágil", disse Sirleaf.

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