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Crise do arroz complica situação de premiê na Tailândia

Oposição foi à Justiça tentando anular a conturbada eleição geral do fim de semana


	A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra:  programa de aquisição de arroz foi uma das políticas populistas adotadas pelo ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, que foi deposto em 2006
 (Getty Images)

A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra:  programa de aquisição de arroz foi uma das políticas populistas adotadas pelo ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, que foi deposto em 2006 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 09h25.

Bangcoc - Problemas em um programa de aquisição de arroz complicaram na terça-feira a situação política da primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, enquanto a oposição foi à Justiça tentando anular a conturbada eleição geral do fim de semana.

A crise no programa de aquisição de arroz representa um duro golpe para a primeira-ministra, pois esse foi um importante trunfo na campanha eleitoral que a levou ao governo, em 2011, mas desde então enfrenta denúncias de corrupção e crescentes prejuízos.

O ministro do Comércio disse que a China cancelou uma encomenda de 1,2 milhão de toneladas de arroz por causa de uma investigação de corrupção, e o estatal Krung Thai Bank (KTB) se somou a outros credores que decidiram cortar os financiamentos necessários para salvar a operação.

O programa de aquisição de arroz foi uma das políticas populistas adotadas pelo ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, que foi deposto em 2006.

Os prejuízos aos contribuintes, estimados em 200 bilhões de bahts (6 bilhões de dólares) por ano, têm alimentado os protestos contra o governo de Yingluck, e problemas no pagamento agora ameaçam causar descontentamento entre os agricultores que constituem a base de apoio da primeira-ministra, no norte e nordeste do país.

Paralelamente, no domingo manifestantes de oposição atrapalharam a votação em um quinto dos distritos eleitorais. Como o pleito não foi concluído, Yingluck permanecerá como primeira-ministra interina, incapaz de tomar decisões políticas, enquanto manifestantes continuam bloqueando parte da capital, como ocorre desde novembro.

O Partido Democrata, da oposição, boicotou a eleição e na terça-feira contestou judicialmente sua legalidade. Ele também tenta colocar o partido Puea Thai, de Yingluck, na ilegalidade, por ter promovido uma eleição sob circunstâncias anormais, já que Bangcoc está sob estado de emergência.

Os manifestantes da oposição - concentrados principalmente em Bangcoc e no sul da Tailândia, as regiões mais ricas - acusam Yingluck de ser um fantoche de Thaksin, e dizem que ela está usando verbas públicas para comprar o apoio de eleitores por meio de programas sociais. O Puea Thai venceu todas as eleições que disputou desde 2001.

As autoridades eleitorais vão se reunir na quarta-feira para discutir as denúncias de irregularidades na eleição de domingo.

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