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Crise de fome ameaça 17 milhões de pessoas no Iêmen

Cerca de 2,2 milhões de crianças sofrem com desnutrição aguda, das quais 462 mil estão em estado "grave" e têm dez vezes mais risco de morte

Iêmen: o número de pessoas em risco de crise de fome no país aumentou 21% desde junho do ano passado (Brent Stirton/Getty Images)

Iêmen: o número de pessoas em risco de crise de fome no país aumentou 21% desde junho do ano passado (Brent Stirton/Getty Images)

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EFE

Publicado em 15 de março de 2017 às 12h52.

Cairo - Aproximadamente 17 milhões de cidadãos do Iêmen, dois terços da população do país, necessitam de assistência urgente para evitar o risco de morrerem de fome nos próximos meses, alertou nesta quarta-feira a ONU.

O Iêmen enfrenta atualmente a crise de fome mais grave do mundo, segundo as conclusões do relatório da ONU sobre Segurança Alimentar e Nutrição de Emergência de fevereiro de 2017, informou a ONU em comunicado conjunto com outros órgãos internacionais.

O número de pessoas em risco de crise de fome no país aumentou 21% desde junho do ano passado e a situação de "emergência" alimentar ou de "crise" já afeta 20 das 22 províncias do país.

Cerca de 2,2 milhões de crianças sofrem com desnutrição aguda, das quais 462 mil estão em estado "grave" e têm dez vezes mais risco de morte que as crianças sadias e podem sofrer problemas de desenvolvimento, mesmo se receberem tratamento, segundo a representante do Unicef no Iêmen, Meritxell Relaño, citada no comunicado.

O conflito armado, que começou em 2014, afetou a produção de alimentos, interrompeu a importação e contribuiu para o "colapso" dos serviços públicos e das redes de assistência social, segundo o relatório.

As províncias de Taiz e Hodeidah, duas regiões produtoras de alimentos, foram alvo de uma violência intensa nos dois últimos anos e agora têm as taxas mais altas de desnutrição do país.

Na cidade de Taiz, a taxa de desnutrição já alcança 25% da população, dez pontos acima do limite de emergência estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A ONU reiterou seu pedido às partes para que permitam o acesso de ajuda humanitária, que agora está restrito às principais cidades por questões de segurança.

O conflito se intensificou no início de 2015 com a participação da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, que intervém em favor do presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi e contra os rebeldes houthis.

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