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Crise agrava descrimição das mulheres grávidas no trabalho

Segundo a organização, aumentaram as queixas das mulheres grávidas e mães que sofrem discriminação


	Mullher grávida: além disso, a OIT expressou sua preocupação com as condições trabalhistas de muitas gestantes que são expostas a substâncias químicas
 (©AFP/Archives / Jean Ayissi)

Mullher grávida: além disso, a OIT expressou sua preocupação com as condições trabalhistas de muitas gestantes que são expostas a substâncias químicas (©AFP/Archives / Jean Ayissi)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2012 às 11h38.

Genebra - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) advertiu nesta sexta-feira que a discriminação laboral contra as mulheres grávidas piorou em inúmeros países em consequência da crise econômica.

A especialista em maternidade da OIT, Laura Addati, assinalou hoje que se observou, no contexto da crise econômica internacional, um aumento considerável das queixas de mulheres grávidas e mães que sofrem discriminação no trabalho.

"As mulheres grávidas são especialmente vulneráveis porque tendem a sofrer discriminação pela ideia de que a maternidade é uma carga. Mas, o certo é que a proteção da maternidade produz enormes benefícios", assegurou Laura.

Apesar de 70 países terem ratificado pelo menos uma das três convenções da OIT relativas à proteção da maternidade, esse desrespeito com as mulheres grávidas é algo que faz parte da realidade de quase todos os lugares do mundo.

Por conta do "Dia da Eliminação da Violência contra as Mulheres", a OIT revelou hoje que descobriu casos de mulheres que sofreram assédio e foram despedidas após ficarem grávidas, assim como de outras que foram obrigadas a assinar acordos para renunciar sua maternidade e a realizarem exames de gravidez antes de sua contratação.

O não cumprimento da licença maternidade, a qual toda mulher possui direito, também aparece como uma das principais queixas.


A organização mencionou alguns casos concretos, como o da Itália, onde pelo menos 800 mil mulheres trabalhadoras asseguraram terem sido forçadas a renunciar sua maternidade com a assinatura de termo de compromisso.

No Reino Unido, 22 mil mulheres afirmaram ter sido vítimas de situações desvantajosas em seu trabalho por estarem grávidas ou necessitarem da licença maternidade.

No caso de Honduras, o organismo mencionou a queixa das mulheres que trabalham como domésticas e nos serviços de limpeza, as quais são submetidas a testes de gravidez para serem contratadas ou para permanecerem em seus postos, enquanto nos EUA foram gastos mais de US$ 150 milhões na última década por causa da descriminação das mulheres grávidas em seu trabalho.

Além disso, a OIT expressou sua preocupação com as condições trabalhistas de muitas gestantes que são expostas a substâncias químicas, que devem trabalhar na escala noturna e passar longos períodos de pé.

A OIT insistiu na necessidade dos governos, organizações sindicais e patronais ampliarem a proteção da maternidade para garantir a saúde das mulheres e de seus bebês.

"A proteção da maternidade tem um impacto significativo no desenvolvimento global e também traz muitos benefícios às empresas que priorizam um trabalho qualificado", finalizou a especialista em maternidade da OIT.

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