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Crise afetará acordos ambientais, diz CNA

"Não estamos otimistas, com a crise internacional ninguém quer falar em reduzir a produção e emitir menos CO2" disse a presidente da entidade, a senadora Kátia Abreu

A senadora Kátia Abreu, da CNA: crise dificulta acordos (Valter Campanato/Agência Brasil)

A senadora Kátia Abreu, da CNA: crise dificulta acordos (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 14h35.

São Paulo - A crise mundial dificultará as negociações para que os países que mais emitem dióxido de carbono (CO2) compensem financeiramente as nações em desenvolvimento comprometidas com a preservação de suas florestas, disseram nesta segunda-feira representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

As compensações serão discutidas na 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-17), que acontecerá em Durban (África do Sul) em dezembro, mas, segundo a CNA, há poucas possibilidades de se avançar nesse tema.

"Não estamos otimistas, com a crise internacional ninguém quer falar em reduzir a produção e emitir menos CO2", disse nesta segunda-feira a jornalistas a presidente da entidade, a senadora Kátia Abreu.

Na Cúpula de Copenhague, realizada em dezembro de 2009, os países ricos em recursos naturais, como o Brasil e a Tailândia, propuseram a implementação de uma contrapartida financeira por protegerem suas florestas.

"Quem polui muito tem que compensar quem polui menos e isso significa custos, mas o dinheiro desapareceu, principalmente nos países que mais poluem", acrescentou a senadora, que nesta segunda-feira abriu em São Paulo o Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Agropecuário e o Respeito ao Clima (Feed 2011).

Além de debater o desenvolvimento agropecuário dentro de uma economia com baixo consumo de carbono, o fórum buscará um consenso no setor agropecuário brasileiro para as negociações da COP-17.

Ao lembrar que nesta segunda-feira é celebrado o Dia da Amazônia, a presidente da CNA afirmou que é necessário preservar a floresta, mas sem deixar de lado o desenvolvimento do país.

"O Brasil fez o que pode, mas é necessário levar em conta que a preservação da Amazônia beneficia o mundo inteiro, não só o Brasil", ressaltou Kátia Abreu.

Ao comentar um relatório divulgado na semana passada pelo Governo Federal, que revelou que 62,1% de toda a área da Amazônia devastada no Brasil foi transformada em pasto, especialmente para a criação de gado, a senadora afirmou que a agropecuária alcançou um alto grau de desenvolvimento no país, preservando 61% das selvas originais.

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