Moscou - O governo pró-russo da república autônoma da Crimeia planeja "nacionalizar" o mais rápido possível as empresas estatais ucranianas instaladas em seu território, anunciou nesta quarta-feira o vice-primeiro-ministro da península, Rustam Temirgaliev.

"Os bens das companhias estatais, inclusive as extrativistas como a Chernomorneftegaz, e alguns hospitais estatais passarão em breve a ser propriedade da república da Crimeia", disse à agência russa "Interfax" o número 2 do Executivo da autonomia, cuja legitimidade é contestada pelo governo central da Ucrânia.

Temirgaliev garantiu que as companhias privadas ucranianas registradas legalmente na Crimeia não terão nenhum problema e "poderão continuar trabalhando como anteriormente".

Sobre a situação do sistema bancário na península, o vice-primeiro-ministro explicou que os bancos russos já começaram a entrar no território da Crimeia e que vários deles planejam representações.

O Legislativo da Crimeia aprovou ontem uma declaração de independência da Ucrânia e reiterou sua vontade de fazer parte da Federação da Rússia.

A declaração detalha que a independência da Crimeia deverá ser referendada por uma consulta popular, convocada para o próximo domingo e que foi declarada ilegal pelo governo central da Ucrânia.

Os cidadãos da Crimeia foram convocados às urnas para responder a duas perguntas: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como sujeito da Federação Russa?" e "Você é a favor de que a Constituição da Crimeia de 1992 volte a vigorar e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?".

A península banhada pelo Mar Negro tem uma população composta por quase 60% de russos étnicos, 25% de ucranianos e 12% de tártaros.