O grupo foi encontrado na segunda-feira em uma ilha de terreno seco a 4 quilômetros dentro da caverna, após nove dias de buscas (Thai Navy Seal/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de julho de 2018 às 09h35.
Última atualização em 6 de julho de 2018 às 11h08.
Mae Sai - Os 12 meninos e o treinador de futebol presos em uma caverna no norte da Tailândia há 11 dias começaram a ter aulas de natação e mergulho nesta quarta-feira, habilidades necessárias para que o grupo possa deixar o local em segurança.
Um grupo de dez soldados, liderado por um médico militar, está com os 12 meninos e o treinador para avaliar a evolução de suas condições físicas.
Um novo vídeo publicado pela Marinha tailandesa mostra os meninos dentro da caverna visivelmente magros e agasalhados com cobertores térmicos, mas rindo e conversando.
"A condição de saúde da maioria é boa. Estão cansados e necessitam de um tempo para se recompor. Além disso, alguns não sabem nadar e é preciso ensiná-los como mergulhar. Devemos fazer todo o possível para tirá-los de lá", declarou à Agência Efe Weerachon Sukondhpatipak, port-voz do Governo.
Durante a quarta-feira, a ausência de chuvas deu esperanças de uma pronta operação de resgate dentro da caverna situada no parque natural Tham Luang-Khun Nam Nang Par, na nortista província de Chiang Mai.
Além disso, o incessante trabalho de 20 bombas de extração de água drenam 10 mil litros por hora das passagens inundadas, precisou um dos membros resgate.
"Mergulhar é a única saída (...) é preciso tentar antes da chegada das chuvas, depois será mais complicado", disse à Agência Efe o alemão Torsten Lechler, assessor técnico nas operações.
"Temos 13 pessoas frágeis que têm que nadar, escalar, mergulhar e voltar a caminhar. Todos estão bem de saúde, mas necessitam de dias para recuperar as forças", opinou o especialista.
A atividade é frenética na entrada da caverna, onde membros dos corpos de elite do Exército tailandeses e voluntários tratam de traçar o plano de extração "mais seguro".
"É preciso levar em consideração muitos fatores, entre eles os físicos e os psicológicos, na hora de planejar a missão", apontou aos veículos de imprensa a capitã Jessica Tait, porta-voz dos militares dos Estados Unidos desdobrados em tarefas de assistência.
"Não há pressa", ressaltou Ruetaiwan Patisen, a porta-voz das equipes de resgate, ao assegurar à Agência Efe que os meninos e o treinador sairão quando estiverem prontos.
Por enquanto, os estudantes, de entre 11 e 16 anos e o treinador de futebol, de 26, estão sendo alimentados com suplementos energéticos e vitaminas e as autoridades acreditam que as tarefas de salvamento podem durar desde uma semana a alguns meses.
As equipes de resgate instalaram um acampamento provisório em uma cavidade, a 1,5 quilômetros de onde estão os meninos, para transferir pouco a pouco o material de resgate.
"Durante o mergulho (os meninos) vão enfrentar vários desafios como: manter a calma, a nula visibilidade, correntes e as frias temperaturas das águas", afirma Lechler, mergulhador com 40 anos de experiência e radicado em Phuket.
Uma das soluções propostas pelo assessor é utilizar máscaras de mergulho especial, que cobrem todo o rosto e permitem a comunicação direta debaixo da água.
"Falar em seu idioma com os membros de resgate dará confiança", assegura o alemão.
Os familiares dos meninos estão "felizes e esperançosos" de abraçar o mais rápido possível seus seres queridos, segundo amplifica o porta-voz governamental, enquanto todo o país aguarda para celebrar um final feliz.
Equipes de saúde realizaram hoje práticas relacionadas a uma hipotética evacuação de emergência das vítimas, que poderiam ser transferidas ao hospital em quatro helicópteros militares apostados nas proximidades da caverna.
O grupo foi achado na noite de segunda-feira em uma ilha de terreno seco a 4 quilômetros dentro da caverna e após nove dias de intensa busca na qual participaram mais de 1,3 mil pessoas.
Segundo a versão oficial, os 13 visitavam as galerias no sábado após um treino de futebol quando uma súbita tempestade começou a inundar a cavidade e bloqueou a saída.