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Crianças dos EUA comem 3 vezes mais açúcar do que deveriam

Bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar


	Doces: isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário
 (Reprodução)

Doces: isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2016 às 19h47.

As crianças americanas comem três vezes mais açúcares adicionados do que deveriam, alertou um grupo líder em saúde dos Estados Unidos nesta segunda-feira, pedindo que sejam estabelecidos limites mais estritos de consumo durante a infância.

Bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar, e as crianças maiores devem ingerir uma quantidade de açúcar equivalente a no máximo 100 calorias por dia, de acordo com as recomendações da American Heart Association (AHA).

Isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário, e menos de seis colheres de chá (25 gramas) por dia de açúcar adicionado para aqueles com idade entre dois e 18 anos.

Também implicaria que a maioria das crianças comam cerca de um terço do açúcar que consomem atualmente, muitas vezes na forma de refrigerantes e cereais adoçados, de acordo com as orientações publicadas na revista Circulation.

As crianças e os adolescentes americanos comem em média 19 colheres de chá de açúcar adicionado por dia, segundo o relatório da AHA, que cita uma pesquisa nacional.

As diretrizes foram escritas por um painel de especialistas após uma revisão abrangente de pesquisas científicas sobre os efeitos de açúcares adicionados na saúde das crianças.

"Comer alimentos ricos em açúcares adicionados durante a infância está associado ao desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardíacas, como um aumento do risco de obesidade e pressão arterial elevada em crianças e adultos jovens", disse o estudo.

As novas diretrizes pretendem oferecer uma recomendação mais simples do que a declaração anterior da AHA, em 2009, que pediu limites diferentes de acordo com as faixas etárias.

"Tem havido uma falta de clareza e consenso sobre a quantidade de açúcar adicionado que é considerada segura para as crianças, por isso os açúcares continuam sendo um ingrediente comumente adicionado a alimentos e bebidas, e o consumo geral por crianças permanece elevado", disse a autora Miriam Vos, professora de pediatria na Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta, Geórgia.

"A criança americana típica consome cerca do triplo da quantidade recomendada de açúcares adicionados", acrescentou.

Os primeiros anos de idade são particularmente importantes porque é quando as crianças desenvolvem as suas preferências de sabor, e elas podem vir a optar por alimentos mais saudáveis ​​se não forem expostas a doces durante essa fase, segundo o relatório.

Os açúcares adicionados podem ser incorporados durante o processamento do alimento ou em casa, na forma de mel ou colheres de açúcar.

A partir de julho de 2018, a quantidade de açúcares adicionados em produtos industrializados deverá ser discriminada nos rótulos dos alimentos nos Estados Unidos.

"Até lá, a melhor maneira de evitar a adição de açúcares na dieta do seu filho é servir principalmente alimentos de alto valor nutricional, como frutas, legumes, cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura, carnes magras, aves e peixes, e limitar os alimentos com baixo valor nutricional", disse Vos.

As crianças não deveriam ingerir mais do que 237 mililitros de bebidas açucaradas por semana, acrescentou.

A AHA não fez nenhuma recomendação sobre adoçantes de baixa (ou nenhuma) caloria, como aspartame, sacarina e sucralose, nas dietas de crianças, devido à falta de pesquisas sobre seus benefícios e perigos potenciais.

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