Mundo

Criança treinada para se sacrificar se entrega à polícia

Um menino que teria sido formado talibãs para se sacrificar com explosivos, se entregou à polícia após escapar de um centro de treinamento do Afeganistão.


	Afegãos em local de atentado suicida
 (Massoud Hossaini/AFP)

Afegãos em local de atentado suicida (Massoud Hossaini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2015 às 10h26.

Cabul, 28 nov (EFE).- Um menino de 12 anos que tinha sido formado por supostos talibãs para se sacrificar com explosivos se entregou à polícia após escapar de um centro de treinamento no noroeste do Afeganistão, informou à Agência Efe neste sábado uma fonte policial.

O menor, identificado como Zakaria, tinha sido vendido por seus pais aos talibãs por um valor equivalente a US$ 10,5 mil na província de Faryab para depois receber treinamento para cometer um ataque suicida, explicou o chefe da polícia regional, Agha Andarabi.

Zakaria confessou à polícia que recebia lições de manipulação de explosivos com outros seis meninos e que escapou quando já tinham lhe indicado que deveria detonar os explosivos nos escritórios governamentais do distrito de Qaisar, em Faryab.

Segundo a fonte, o menor assegurou que o centro de formação, no distrito de Ghormach, estava sob o comando do mulá Qaisar, que lhes tinha dito que se atacassem com explosivos o chefe de polícia e outros funcionários de Qaisar "iriam para o paraíso".

"Usar crianças como suicidas mostra a fraqueza dos talibãs", declarou Andarabi, que culpou o medo, a pobreza e, em alguns casos, a simpatia com os insurgentes, como as causas para que os pais entreguem seus filhos para morrer em troca de dinheiro.

Nos últimos anos se repetiram os casos de menores alistados pelos talibãs para cometer atentados suicidas, um fato que os insurgentes sempre negaram.

No ano passado, uma menina de dez anos foi detida pela polícia após confessar que seu irmão, um comandante talibã, lhe ordenou cometer um ataque suicida contra um posto de controle na província de Helmand, no sul do Afeganistão.

Em março de 2013, também em Helmand, duas crianças morreram e outras seis ficaram feridos pela detonação de um colete carregado de explosivos durante as aulas sobre seu manejo e fabricação em uma escola corânica.

Em 2011 também ocorreram vários casos nos quais menores de idade realizaram atentados suicidas tanto no Afeganistão como nas áreas do Paquistão próximas à fronteira. 

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsia

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde