Uma menina de três anos soterrada sob os escombros foi resgatada com vida nesta terça-feira no oeste da Turquia, quatro dias depois de um violento terremoto que deixou mais de 100 mortos na região, informou o prefeito da cidade de Izmir.
"Assistimos um milagre 91 horas depois. As equipes de resgate recuperaram com vida Ayda, de quatro anos", anunciou o prefeito, Tunc Soyer, no Twitter.
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A menina foi retirada dos escombros entre aplausos, no distrito de Bayrakli, o mais afetado pelo terremoto da sexta-feira passada.
"Neste período de sofrimento, também tivemos este momento de felicidade", afirmou o prefeito.
O prefeito indicou em um primeiro momento que a menina, Ayda Gezgin, tinha quatro anos, mas o ministro da Saúde, Fahrettin Koca, afirmou que ela tem apenas três anos.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, celebrou no Twitter um "milagre que se chama Ayda". "Seus olhos sorridentes nos deram uma nova esperança", escreveu.
Protegida por uma manta de sobrevivência alumínio, a pequena Ayda Gezgin foi levada de maca até um hospital pelas equipes da Agência de Gestão Emergências e Desastres (AFAD).
Em um vídeo compartilhado pelo ministro da Saúde é possível ouvir a menina pedindo comida aos socorristas. "Kofte e ayran", afirma Ayda, em referência ao prato de carne turco e a uma bebida a base de iogurte, muito popular na Turquia.
Entre dois aparelhos eletrodomésticos
"A alegria que sentimos é indescritível", afirmou à AFP Ibrahim Topal, um dos socorristas que participaram no resgate.
"Depois de ouvir a voz dela, começamos a cavar. Meu colega viu uma mão em um pequeno buraco, e quando o ampliamos, vimos o rosto de Ayda".
Outro integrante da equipe, Ahmet Celik, acredita que a menina sobreviveu porque ficou presa entre dois aparelhos eletrodomésticos, o que a impediu de afundar completamente sob os escombros.
"Não sofreu impacto, estava neste espaço entre os aparelhos eletrodomésticos", explicou. "Quando perguntei se estava bem, ela pediu 'ayran'. Ela adora 'ayran'", completou.
Na segunda-feira, as equipes de emergência conseguiram resgatar com vida duas meninas, de três e 14 anos, dos escombros de dois edifícios que desabaram na província de Izmir.
O balanço do tremor subiu para 105 mortos, anunciou a AFAD. O terremoto de 7 graus também deixou 994 feridos e 144 pessoas continuam hospitalizadas, de acordo com a agência governamental.
O tremor aconteceu na sexta-feira à tarde no Mar Egeu, ao sudoeste de Izmir, a terceira maior cidade da Turquia, e perto da ilha grega de Samos.
Além das vítimas fatais na Turquia, o terremoto também provocou duas mortes em Samos.
Terremoto destruiu o Haiti há 10 anos. Relembre
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1/9 Criança ferida recebe tratamento médico após terremoto em Porto Príncipe, no Haiti (Eduardo Munoz/Reuters)
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2/9 Epicentro do terremoto foi a poucos quilômetros da capital, Porto Príncipe, onde inúmeros edifícios foram destruídos, incluindo o palácio presidencial, sede do governo (AFP/AFP)
No dia 12 de janeiro de 2010, um forte terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o país, matando 250 mil pessoas e deixando cerca de 1,5 milhão desabrigadas. O epicentro foi a poucos quilômetros da capital, Porto Príncipe, onde inúmeros edifícios foram destruídos, incluindo o palácio presidencial, sede do governo.
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3/9 Catástrofes naturais causadas por fenômenos geofísicos são o quarto maior risco ambiental para o mundo (Erik De Castro/Reuters)
Haiti, Indonésia, Japão e Chile: o que esses países têm em comum? Terremotos colossais que deixaram sequelas difíceis de se superar e prejuízos econômicos sem precedentes. Catástrofes naturais causadas por fenômenos geofísicos são o quarto maior risco ambiental para o mundo, de acordo com a pesquisa. “Terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e tempestades geomagnéticas causam enormes danos materiais e perdas humanas”, diz o estudo.
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4/9 Forte terremoto deixou 250 mil mortos e outros 1,5 milhão de desabrigados. (Getty Images/Getty Images)
São Paulo - O país mais pobre do hemisfério ocidental é também um dos mais vulneráveis às alterações no clima. Em janeiro deste ano, um forte terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o Haiti, deixando 250 mil mortos e outros 1,5 milhão de desabrigados. O abalo deixou a capital Porto Príncipe em frangalhos.
Segundo um estudo da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, o aquecimento global, também poderá aumentar em até 60% a incidência de ciclones na região até o fim deste século - um dos efeitos do El Niño que aumenta os níveis do mar do pacífico. O Haiti tem sua situação agravada pelo declínio na qualidade da água e pelo crescente risco da falta de alimentos e de energia.
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5/9 Segundo o Worldwatch Institute, impactos de um terremoto recaem desproporcionalmente sobre as populações pobres (Getty Images/Getty Images)
São Paulo - Temperaturas extremas, furacões, erupções vulcânicas, enchentes, tempestades, deslizamentos, tsunamis, incêndios. Em todo o mundo, uma série de catástrofes naturais sucedeu-se ao longo do ano, deixando centenas de milhares de vítimas e um rastro sem precedentes de destruição. Embora os desastres naturais ocorram por todos os lados, segundo o Worldwatch Institute, seus impactos recaíram desproporcionalmente sobre as populações pobres, que vivem em áreas vulneráveis e dispõem de poucos recursos.
No dia 12 de janeiro de 2010, um forte terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o já castigado Haiti, matando 250 mil pessoas e deixando cerca de 1,5 milhão desabrigadas. No mês seguinte, um tremor com magnitude de 8.8 graus sacudiu o Chile, levando destruição e morte a 80% do país. Estima-se que os prejuízos econômico beirem os 30 bilhões de dólares. Cinco meses depois, chuvas torrenciais sem precedentes causaram inundações devastadoras no Paquistão, deixando mais de 1,5 mil mortos e outras cinco milhões de pessoas desabrigadas.
Mais recentemente, na Europa, a chegada do inverno vem provocando nevascas e temperaturas abaixo de zero, deixando vítimas do frio e de acidentes, além de paralisia em diversos serviços, como nos aeroportuários. Enquanto por lá a água congela, no Brasil, ela cai em enxurrada do céu. Desde o começo do ano, enchentes vêem destruindo casas e deixando milhares de centenas de desabrigados de norte a sul do país, além de vítimas fatais.
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6/9 (Brendan Hoffman/Getty Images) (Brendan Hoffman/Getty Images)
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7/9 Destroços em Porto Príncipe, no Haiti (./Reprodução)
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8/9 Escombros em rua da capital do Haiti (./Reprodução)
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9/9 Estima-se que ao menos 800 pessoas tenham morrido em eventos decorrentes da fúria dos ventos (Reuters/Reuters)
Em Les Anglais, Haiti, a população segue sofrendo após a passagem do furacão Matthew há alguns dias. O país, que ainda tentava se recuperar de um devastador terremoto em 2010, mergulhou em uma nova grave crise humanitária. Estima-se que ao menos 800 pessoas tenham morrido em eventos decorrentes da fúria dos ventos e a ONU prevê ser necessário um montante de 120 milhões de dólares em ajuda humanitária.