Economia prateada e as oportunidades para o mercado de idosos na China (Leandro Fonseca/Exame)
Agência
Publicado em 6 de maio de 2025 às 15h52.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 15h53.
A China enfrenta um desafio crescente com o envelhecimento de sua população, com mais de 20% de seus habitantes com 60 anos ou mais. Esse fenômeno demográfico gerou uma nova oportunidade econômica: a economia prateada. Este mercado, focado no atendimento às necessidades dos idosos, tem atraído a atenção de empresas e do governo, que reconhecem seu potencial de crescimento para os próximos anos.
Em 2024, a economia prateada representava cerca de 6% do PIB da China, totalizando 7 trilhões de yuans (aproximadamente 965 bilhões de dólares). De acordo com um relatório publicado pela Associação Chinesa de Bem-Estar Social e Serviço para Idosos, essa cifra deverá alcançar 30 trilhões de yuans até 2035, respondendo por até 10% do PIB. O aumento da longevidade, somado à mudança no comportamento de consumo da população idosa, tem sido o principal fator que impulsiona esse crescimento.
O comportamento dos consumidores idosos está em transformação, com a busca por melhoria da qualidade de vida por meio de novas experiências e produtos. A crescente demanda por serviços voltados ao bem-estar e à saúde reflete essa mudança. O governo chinês tem adotado medidas para facilitar o desenvolvimento de uma oferta mais adequada a esse público, com foco em cuidados à saúde, mobilidade, lazer e turismo. Em relatório divulgado em 2025, a administração destacou a importância de melhorar as políticas públicas voltadas para o envelhecimento e os serviços de cuidado a idosos. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma tem incentivado a inovação no setor privado, com o objetivo de garantir que as empresas criem produtos que atendam às especificidades desse público.
A criação de diretrizes financeiras e políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da economia prateada visa fortalecer a infraestrutura de cuidado e bem-estar para os idosos. Isso inclui desde cuidados médicos em casa até a adaptação de espaços urbanos, como transporte e habitação, para garantir a acessibilidade e a qualidade de vida.
A expansão da economia prateada não se limita ao setor de saúde. A demanda por produtos e serviços voltados ao lazer e à qualidade de vida tem gerado novas oportunidades de negócios. O mercado de turismo, por exemplo, está se adaptando à nova realidade, com a criação de pacotes e viagens que atendem às necessidades dos idosos. Além disso, setores como alimentos saudáveis, moda e estética também estão se preparando para oferecer produtos que atendam a essa nova faixa etária consumidora.
A tecnologia também desempenha forte influência, com o desenvolvimento de dispositivos que ajudam os idosos a manter a independência. De acordo com o estudo da Associação Chinesa de Bem-Estar Social, dispositivos de monitoramento de saúde e cuidados a distância têm mostrado grande potencial para melhorar a qualidade de vida dos idosos, enquanto também oferecem uma oportunidade lucrativa para empresas do setor tecnológico.
Por: Daiane Mendes