Joe Biden: cresce risco de presidente não ser candidato, diz analista (Kent Nishimura/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 16h07.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 17h59.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, venceu as três primeiras rodadas das primárias do partido democrata sem dificuldade. Mesmo assim, há questionamentos se ele será de fato o candidato do partido.
As dúvidas sobre isso cresceram nas últimas semanas, especialmente depois que um relatório feito pelo procurador especial Robert Hur, divulgado no começo de fevereiro, apontou que Biden é um idoso com "memória ruim". O presidente foi investigado por retirar documentos secretos de forma irregular.
"Este é um boato que sempre existiu durante o mandato do Biden, como tudo mundo sabe, em função da idade dele", disse Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington e sócio do fundo Zaftra, da Gauss Capital, no podcast "Eleições EUA - O Caminho para a Casa Branca". Ouça a íntegra abaixo e também no Spotify.
"Depois da virada do ano, começou a ter um boato muito forte no mercado financeiro americano de que Biden não seria o candidato. Esse boato era mais forte em Nova York do que em Washington. Nas duas semanas para cá, isso aumentou muito, e tinha uma explicação muito forte em Washington de que para isso acontecer o Biden teria de desistir, porque não tem ninguém politicamente forte para se sobrepor a uma candidatura do presidente", prossegue Moura. "Nas últimas duas semanas, aumentou muito o discurso em Washington de que é uma possibilidade real Biden poder não ser candidato. Existe muita gente próxima dele que corrobora, em off, que a memória dele já não é mais a mesma, e que obviamente é uma pessoa com as limitações normais de uma pessoa de 81 anos."
Pela primeira vez, ele aponta, há uma discussão mais articulada em diversas partes do Partido Democrata sobre o que fazer caso Biden não seja o candidato. "O que era um boato agora passou a ser uma possibilidade aqui em Washington. Se me perguntassem há dois meses, eu diria que a possibilidade de ele ser candidato era de 95%. Agora caiu bastante, estamos falando em 75, 80% de possibilidade", calcula Moura.
No programa, ele também analisa os resultados das primarias na Carolina do Sul, vencidas por Donald Trump, e o que esperar da Super Terça, em 5 de março, quando mais de 15 estados farão votações.
"O Caminho para a Casa Branca" é um programa co-produzido pela Exame e pela Gauss Capital. Veja os programas anteriores no canal do YouTube da EXAME e e ouça também no Spotify.