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Cresce pressão sobre Trump após decreto anti-imigração

O Estado de Washington anunciou uma batalha jurídica e o ex-presidente Barack Obama criticou seu sucessor após a decisão

Trump: o presidente dos EUA proibiu a entrada nos EUA de refugiados e pessoas de sete países predominantemente muçulmanos (foto/Getty Images)

Trump: o presidente dos EUA proibiu a entrada nos EUA de refugiados e pessoas de sete países predominantemente muçulmanos (foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 19h44.

Parlamentares democratas e alguns países, incluindo aliados chaves dos Estados Unidos, colocaram pressão sobre o presidente norte-americano, Donald Trump, nesta segunda-feira, por conta da sua ordem de proibir a entrada nos EUA de refugiados e pessoas de sete países predominantemente muçulmanos.

O Estado de Washington anunciou uma batalha jurídica e o ex-presidente Barack Obama criticou seu sucessor após a decisão.

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, disse que ele apresentaria legislação nesta segunda-feira à noite para encerrar a proibição, embora a medida tenha poucas chances de ser aprovada pelo Congresso controlado pelos republicanos.

"Nós devemos revogar isso, e então nós devemos sentar de uma maneira cuidadosa e pensada para encontrar as formas que precisamos para endurecer as coisas contra o terrorismo", afirmou o veterano senador de Nova York à NBC News, notando que alguns parlamentares republicanos também se manifestaram contra a ação de Trump.

O secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, juntou-se a um coro de preocupação expressado por aliados dos EUA, que vão desde o Iraque até a Alemanha, enquanto Washington será o primeiro Estado a contestar o decreto, anunciando uma ação na corte federal.

"É um insulto e um perigo para todas as pessoas do Estado de Washington, de todas as religiões", disse o governador Jay Inslee, um democrata, a repórteres. As empresas de tecnologia Amazon.com e Expedia, ambas baseadas em Washington, apoiarão o processo, afirmou o procurador-geral do Estado, Bob Ferguson.

Vários outros procuradores estaduais, incluindo os de Califórnia e Nova York, disseram que estão considerando se devem apresentar seus próprios processos.

Na sexta-feira, Trump ordenou uma proibição temporária nas viagens para os EUA de cidadãos do Irã, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen e determinou uma suspensão de quatro meses para a chegada de refugiados nos EUA, dizendo que as medidas protegeriam o país de ataques terroristas.

O fim de semana foi marcado pelo caos, à medida que autoridades de fronteira e alfandegárias tiveram dificuldades de colocar a ordem de Trump em prática, em meio a recursos na Justiça e protestos em aeroportos.

Os críticos do presidente afirmaram que a sua ação destacava de forma injusta os muçulmanos e manchava a reputação dos EUA como país que acolhe imigrantes.

No Twitter, Trump pareceu culpar pela confusão nos aeroportos os manifestantes e também o senador Schumer, que foi às lágrimas quando discutia a proibição, e até mesmo uma falha do sistema de computadores da companhia aérea Delta.

"Somente 109 pessoas de 325 mil foram detidas e mantidas para interrogatório. Grandes problemas nos aeroportos foram causados pela interrupção nos computadores da Delta, manifestantes e as lágrimas do senador Schumer. Secretário Kelly disse que tudo está indo bem com poucos problemas. FAÇA A AMÉRICA SEGURA NOVAMENTE!", disse ele via Twitter.

Em um movimento incomum, o predecessor de Trump, Obama, disse através de um porta-voz que está animado pelo ativismo político que ele vê em todo o país e discorda da discriminação contra pessoas com base em sua religião.

Mesmo que a liderança republicana no Senado permita uma votação nesta segunda para revogar a proibição como quer Schumer, os democratas precisariam de todos os seus membros e pelo menos mais três republicanos para que a medida passe.

Passando no Senado, a proposta enfrentaria resistência ainda mais forte na Câmara dos Deputados.

No exterior, as preocupações com a ordem de Trump cresciam.

O britânico Johnson, descreveu a medida de Trump como "altamente polêmica". O Reino Unido, que está tentando manter a sua chamada "relação especial" com os EUA, é potencialmente um dos mais fortes aliados de Trump no exterior.

Na semana passada, a primeira-ministra Theresa May foi a primeira líder estrangeira a visitar o novo presidente.

Houve condenação de outros países, incluindo a Alemanha, tradicional aliada dos EUA.

O Parlamento iraquiano decidiu pedir ao governo uma retaliação contra os EUA, colocando em risco a cooperação na luta contra o Estado Islâmico.

Autoridades do Departamento de Estado dos EUA divulgaram o esboço de uma mensagem criticando o decreto de Trump. "O resultado final dessa proibição não vai ser uma redução nos ataques terroristas nos EUA, mas será uma redução da boa vontade internacional em relação aos norte-americanos e uma ameaça para a nossa economia", disse a mensagem pelo "canal de divergência" do Departamento de Estado, onde autoridades podem discordar de uma política.

O departamento, segundo autoridades, recebeu várias mensagens de embaixadas norte-americanas durante o fim de semana relatando a insatisfação estrangeira com a proibição.

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