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Cresce pressão por cessar-fogo em conflito em Gaza

Entre os mortos desde o início da ofensiva estão 24 menores, dez mulheres e 12 idosos


	Israel intensificou ataques contra a Faixa de Gaza
 (Mohammed Salem/Reuters)

Israel intensificou ataques contra a Faixa de Gaza (Mohammed Salem/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 18h44.

Jerusalém/Gaza - A ofensiva israelense ''Pilar Defensivo'' chegou, nesta segunda-feira, ao sexto dia com novos bombardeios sobre Gaza, que elevaram o número de palestinos mortos a 100 e já deixaram mais de 900 feridos, enquanto a comunidade internacional intensifica suas pressões para conseguir um cessar-fogo.

De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf Al-Qedra, entre os mortos desde o início da ofensiva estão 24 menores, dez mulheres e 12 idosos.

Aviões israelenses de combate bombardearam uma prédio de 14 andares no centro da Cidade de Gaza, edifício que abriga a sede da televisão ''Al-Aqsa'' do Hamas e outras redes de informações árabes, entre elas a ''Al Arabiya'' e a ''MBC'' da Arábia Saudita, informaram testemunhas à Agência Efe.

Segundo fontes hospitalares, pelo menos um jornalista da ''Al-Aqsa'' morreu e outras seis pessoas ficaram feridas no ataque, que atingiu o segundo andar do edifício Al Sharuk, de onde várias televisões internacionais fazem suas conexões.

O exército israelense assegurou, em comunicado, que no edifício bombardeado estavam escondidos alguns dirigentes da Jihad Islâmica, responsáveis pela lançamento de foguetes contra Israel, entre eles Baha Abu al-Ata e Taisir Mohamed Jabari, ambos membros do Alto Conselho Militar da Jihad.

O exército não indicou se os dirigentes morreram no bombardeiro, embora tenha revelado que o ataque ''atingiu seu alvo''.

Além disso, os israelenses assinalaram que este é um ''novo exemplo de como as organizações terroristas usam locais que estão dentro das instituições povoadas por civis, que servem como escudos humanos''.


Além de al-Ata e Taisir Jabari, também estavam no edifício atingido Halil Batani, que é descrito como figura chave no lançamento de foguetes de longo alcance da Jihad, e Ramaz Harab, ajudante de Taisir Jabari.

Um repórter do ''canal 10'' da televisão israelense considerou que este ataque representa o segundo de maior importância da operação ''Pilar Defensivo'' contra dirigentes dos grupos armados, atrás do ataque que matou, na quarta-feira, Ahmed al-Jabari, chefe do braço armado do Hamas.

Os bombardeios israelenses desta segunda-feira foram centrados nos quartéis do Hamas, infraestruturas de segurança, casas de dirigentes do movimento islamita e outras facções armadas da Faixa.

O procedimento habitual nos últimos dias, segundo testemunhas da zona, é que a aviação israelense lance um míssil de aviso e pouco depois, quando os moradores abandonam a zona, os aviões bombardeiam, repetitivamente, os imóveis de dirigentes islamistas.

Outro alvo dos israelenses foi o estádio de futebol de Gaza, local onde o exército israelense diz ser base para os lançamentos de foguetes de longo alcance das milícias.

Um avião não-tripulado matou dois irmãos, um deles miliciano, quando a motocicleta na qual viajavam foi atingida por um míssil na cidade de Khan Yunes, no sul de Gaza, ataque que acabou ferindo um menor, segundo testemunhas.


Os ataques com foguetes desde a Faixa também continuam, embora com menor intensidade do que nos dias anteriores, e alguns atingiram as cidades de Be''er Sheva, Ashkelon e Ashdod, sem deixar vítimas.

O porta-voz da polícia israelense, Miki Rosenfeld, explicou à Efe junto a uma casa em Ashkelon que tinha sido atingida por um projétil minutos antes, que um total de 60 foguetes foram lançados nesta segunda contra o sul de Israel, dos quais 19 foram interceptados pelo sistema antimísseis ''Cúpula de Ferro''.

Nas cidades litorâneas do sul, como Ashdod e Ashkelon, a Efe pôde constatar que a atividade é muito baixa, com a maioria das pessoas reclusas em suas casas e apenas alguns comércios abertos.

O exército confirmou em comunicado ter atacado cerca de 80 ''lugares terroristas'', incluindo vários locais de lançamento de foguetes, túneis usados pela milícias e bases de treino, assim como ''várias unidades terroristas que se preparavam para disparar foguetes contra Israel''.

''As Forças de Defesa de Israel também atacaram edifícios de operações terroristas de alto nível, utilizados como postos de comando e armazéns de armas'', explicou o exército, além de indicar que a Força Aérea e a Marinha também atacaram ''diversos quartéis da polícia ao longo de Gaza''.

No necrotério do hospital Shifa, da Cidade de Gaza, centenas de pessoas se movimentavam hoje para conseguir os restos de seus parentes para poder levá-los ao cemitério Sheik Raduan, onde está enterrada boa parte das vítimas.

Israel já realizou mais de 1.350 ataques contra alvos em Gaza durante a operação ''Pilar Defensivo'', segundo dados do Exército, enquanto as milícias lançaram mil foguetes contra solo israelense, dos quais um acabou, na quinta-feira, com a vida de três israelenses.

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