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Cresce apoio nos EUA a ataques contra EI após decapitações

Quase três quartos dos americanos está a favor dos bombardeios contra o EI no Iraque iniciados há um mês pelos EUA, contra 54% dos que apoiavam há três semanas


	Estado Islâmico na Síria: 65% dos cidadãos apoiam uma ação muito mais controvertida, lançar ataques na Síria
 (AFP)

Estado Islâmico na Síria: 65% dos cidadãos apoiam uma ação muito mais controvertida, lançar ataques na Síria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 06h24.

Washington - As decapitações de dois jornalistas americanos pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) provocaram um giro na opinião pública dos Estados Unidos, que agora apoia majoritariamente o ataque aos extremistas no Iraque e na Síria, segundo uma pesquisa de "Washington Post e "ABC News".

Quase três quartos dos (71%) dos americanos está a favor dos bombardeios contra posições do EI no norte do Iraque iniciados há um mês pelos Estados Unidos, contra 54% dos que apoiavam a ação há três semanas e os 45% em junho.

Além disso, 65% dos cidadãos apoiam uma ação muito mais controvertida e que o governo de Barack Obama resiste a empreender por enquanto: lançar ataques contra o EI na Síria.

Esse porcentagem favorável representa mais do que o dobro do apoio recebido há um ano diante da possibilidade de iniciar bombardeios contra o regime sírio pelo uso de armas químicas.

Após as últimas semanas, nas quais as impactantes imagens das decapitações de James Foley e Steven Sotloff terem comovido os Estados Unidos e o mundo, os americanos consideram mais do que nunca que o EI é uma ameaça séria.

A opinião é compartilhada por nove de cada dez cidadãos, enquanto seis de cada dez percebem o grupo islamita como uma ameaça muito séria.

Neste contexto, também cresce o apoio para que os EUA forneçam armas às tropas curdas que combatem o EI no norte do Iraque, 45% em agosto e 58% agora.

A pesquisa foi divulgada na véspera do anúncio de Obama da estratégia para combater o Estado Islâmico, depois de se reunir hoje, terça-feira, com os líderes do Congresso em um momento no qual tanto fora como dentro de seu partido ele é acusado de atuar com muita cautela diante da ameaça terrorista.

Entre que consideram que Obama não atuou com suficiente determinação nesta crise, 82% apoiam os ataques contra o EI, enquanto entre os que acham que sua gestão foi correta, 66% estão a favor dos bombardeios.

O manejo da crise da Ucrânia trouxe melhores resultados para Obama, embora quatro em cada 10 pensem que também nesse conflito foi cauteloso demais.

O presidente americano recebeu críticas especialmente em dois momentos da gestão da crise no Iraque e na Síria: quando disse recentemente que ainda não tinha uma estratégia para conter o EI e quando prosseguiu suas férias jogando golfe após Foley ter sido condenado a morte diante da nação.

A avaliação de sua política internacional em conjunto é uma dos mais baixas de seus dois mandatos: só aprovada por 38% dos cidadãos, enquanto 56% discordam dela e 43% se opõem frontalmente à política externa de Obama.

Sua pontuação como presidente continua rondando os mínimos históricos de seus anos na Casa Branca, com 42% de aprovação.

51% dos cidadãos, um porcentagem inferior a dos momentos mais críticos do acidentado lançamento do site de contratação de seguros da reforma da saúde no fim do ano passado.

Embora a economia nacional tenha melhorado no último ano, a aprovação de sua gestão neste campo se mantém nos 42%. Também não melhorou a avaliação de sua gestão da reforma da saúde, que se mantém em 38% após meses de sem subir.

A avaliação de Obama é chave para que os democratas possam manter o vital controle do Senado nas eleições legislativas de novembro, nas quais os republicanos certamente conservarão a liderança da Câmara dos Representantes. EFE

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