Mundo

CPI restringe quebra de sigilo da Delta ao Centro-Oeste

Apesar de protestos da oposição e de integrantes da base aliada, a comissão não quis ampliar, no momento, a quebra do sigilo da empreiteira em todo o país

Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal (Divulgação)

Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 14h54.

Brasília - A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções restrita às filiais da empreiteira localizadas na região Centro-Oeste. Apesar de protestos da oposição e de integrantes da base aliada, a comissão não quis ampliar, no momento, a quebra do sigilo da empreiteira em todo o país.

Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Foi firmado um compromisso para votar a quebra ampliada apenas no dia 5 de junho.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que não há indícios para propor uma quebra de sigilo "ampla, geral e irrestrita" da empreiteira. Para ele, a ligação da Delta com o contraventor Carlinhos Cachoeira, até o momento, era feita apenas pelo ex-diretor da região Cláudio Abreu. "Não permitirei a perda de foco."

Para o relator, as quebras de sigilo da matriz da Delta, a convocação de governadores envolvidos com o contraventor e do ex-presidente da empreiteira Fernando Cavendish serão analisados em "outro momento". Segundo ele, quem quiser investigar essas relações, agora, que peçam a abertura de uma CPI exclusiva da Delta, que ele apoiaria, ou nas assembleias estaduais.

"Nós não estamos fazendo devassa", reforçou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), para quem não há nenhuma ligação do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, com Cachoeira.

Mas para o deputado Fernando Franceschini (PSDB-PR) não é possível separar as filiais da empreiteira. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União tem 60 contratos da Delta sob investigação por suspeitas de superfaturamento, desvio de finalidade e pagamentos indevidos. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse que está havendo um acordo para escolher "quem ia morrer". "O Rio de Janeiro está enterrado até a alma. Em nenhum lugar a Delta cresceu tanto quanto no Rio de Janeiro", afirmou.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) criticou a intenção do relator de restringir as investigações contra a empreiteira. "Vossa Excelência não consegue convencer uma criança de três anos que esta Delta não tem que ter o seu sigilo aberto em todo o país", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilConstrutora DeltaCorrupçãoEmpresasEscândalosFraudesIndústria

Mais de Mundo

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos

China amplia isenção de visto para turistas de nove países, incluindo Coreia do Sul e Noruega