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CPI: inflação dos EUA acelera e tem alta anual de 2,9% em 2024

Dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo governo americano; alta foi puxada pelo custo da energia

Cesta de produtos em supermercado  (Justin Tallis/AFP)

Cesta de produtos em supermercado (Justin Tallis/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 10h32.

Última atualização em 15 de janeiro de 2025 às 11h44.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,4% em dezembro. O dado foi divulgado nesta quarta-feira, 15, pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho.

Com isso, o indicador fechou 2024 com taxa anual de 2,9%. Em novembro, o indicador de inflação em 12 meses estava em 2,7%.

A maioria dos analistas esperava alta anual de 2,9%, de acordo com o Wall Street Journal. Em agosto, setembro e outubro, o indicador havia subido 0,2% a cada mês, na comparação com os meses anteriores.

A alta de dezembro foi puxada pelo custo de energia, que avançou 2,6% em dezembro. Só a gasolina avançou 4,4% no mês. Já o custo de comida subiu 0,3%.

O núcleo do CPI, que exclui gastos com comida e energia, subiu 0,2% em dezembro e 3,2% em 12 meses.

A meta do Fed, o banco central americano, é trazer a inflação americana para 2%. No entanto, a meta do Fed se baseia em outro indicador, o PCE, que reúne gastos de consumo pessoal. O PCE de novembro, último dado disponível, apontou alta anual de 2,4%. Os dados de dezembro serão divulgados em 31 de janeiro.

"A boa notícia foi o núcleo mais fraco que o esperado, registrando alta de 0,2%, abaixo de 0,3% pela primeira vez desde julho. Outro destaque positivo foi a desaceleração no super núcleo, medida de inflação mais resistente à taxa de juros, que também ficou em 0,2%", diz André Valério, economista sênior do banco Inter.

Valério aponta que como os dados vieram dentro do esperado, o contexto esperado para as mudanças nos juros deve se manter. "A inflação do núcleo menor que o esperado retira um pouco da incerteza, uma vez que desde a divulgação do Payroll de dezembro o mercado passou a precificar que não haveria mais cortes esse ano. Dado o mercado de trabalho ainda robusto, não há urgência para o Fed cortar a taxa de juros em ritmo intenso e devemos observar uma pausa no ciclo de cortes na reunião de janeiro", afirma.

Inflação em queda

A inflação nos EUA chegou a 9,1% ao ano em junho de 2022, na esteira da crise gerada pela pandemia. Em resposta a isso, o Fed deu início a um ciclo de alta nos juros, que durou dois anos. O corte da taxa foi iniciado em setembro, quando os juros foram para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Foi a primeira baixa em quatro anos. Nos meses seguintes, houve novas baixas, e a taxa atual é de 4,25% a 4,5% ao ano.

A próxima reunião do FOMC, comitê do Fed que decide a taxa de juros, será em 28 e 29 de janeiro.

A maioria dos analistas apontam que o Fed deverá fazer uma pausa nos cortes. Donald Trump iniciará seu segundo mandato como presidente dos EUA e poderá trazer incertezas na economia. Trump promete medidas duras, como aumentar tarifas de importação de produtos e expulsar imigrantes, o que deverá ter grandes impactos econômicos se forem implantadas de fato.

Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.

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