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Covid se torna menos mortal nos EUA com prática médica

Especialistas dizem que o aperfeiçoamento das táticas médicas e tratamento mais precoce têm ajudado a melhorar os resultados de pacientes muito enfermos

Coronavírus nos EUA: um estudo analisou 4.689 hospitalizações por covid-19 de março a junho em Nova York (Andrew Kelly/Reuters)

Coronavírus nos EUA: um estudo analisou 4.689 hospitalizações por covid-19 de março a junho em Nova York (Andrew Kelly/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 23 de setembro de 2020 às 17h16.

Última atualização em 23 de setembro de 2020 às 17h28.

A covid-19 continua matando cerca de 1.000 americanos por dia. Mas, para pessoas que desenvolvem casos perigosos da infecção, os avanços nos cuidados médicos e a crescente experiência dos médicos aumentam as chances de sobrevivência.

Desde que o primeiro caso chegou aos Estados Unidos no início do ano, profissionais médicos passaram de tatear no escuro para entender melhor quais medicamentos funcionam — como esteroides e anticoagulantes, e o antiviral remdesivir. A alocação de recursos médicos intensivos melhorou. E os médicos aprenderam a adiar o uso de respiradores para alguns pacientes, ao contrário de muitas outras doenças respiratórias graves.

Médicos e especialistas dizem que o aperfeiçoamento das táticas médicas e tratamento mais precoce têm ajudado a melhorar os resultados de pacientes muito enfermos, disse Andrew Badley, responsável pela força-tarefa de pesquisa da covid da Mayo Clinic.

“A preparação para a assistência médica hoje é muito melhor do que era em fevereiro e março”, disse Badley em entrevista. “Temos acesso melhor e mais rápido ao diagnóstico. Temos mais conhecimento sobre quais drogas usar e quais drogas não usar. Temos mais tratamentos experimentais disponíveis. Tudo contribui para possíveis melhoras na taxa de mortalidade.”

Um estudo analisou 4.689 hospitalizações por covid-19 de março a junho em Nova York, ajustando a taxa de mortalidade dos pacientes para fatores como idade, raça, obesidade e quaisquer doenças subjacentes que pudessem ter. Na primeira quinzena de março, a mortalidade dos pacientes internados era de 23%. Em junho, havia caído para 8%. A pesquisa ainda não foi revisada por pares, um processo pelo qual outros especialistas examinam o estudo.

Apesar dos avanços, os Estados Unidos em breve ultrapassarão 200.000 mortes, e dezenas de milhares de casos são confirmados a cada dia no país.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças enfatizam que a máscara ainda é a melhor proteção disponível contra o vírus para a maioria das pessoas. E especialistas alertam que o vírus ainda é muito perigoso e pode matar até mesmo indivíduos aparentemente saudáveis.

“Mesmo com essas melhoras, esta não é uma doença benigna”, disse Leora Horwitz, professora associada de saúde populacional e medicina na Faculdade de Medicina Grossman da Universidade de Nova York, que conduziu o estudo de Nova York sobre as hospitalizações por covid-19.

“Isso não significa que o coronavírus já não seja uma doença perigosa. Continua a ser uma ameaça muito séria à saúde pública.”

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