China: O país enfrenta uma onda de infecções para a qual está mal preparado, com milhões de idosos sem o esquema completo de vacinação (Qilai Shen/Bloomberg)
AFP
Publicado em 11 de dezembro de 2022 às 13h06.
Última atualização em 11 de dezembro de 2022 às 13h56.
As infecções por covid-19 estão "se propagando rapidamente" na China, alertou neste domingo, 11, um renomado epidemiologista que assessora o governo, após a decisão de Pequim de flexibilizar sua política de "covid zero".
As autoridades sanitárias chinesas anunciaram na quarta-feira um abrandamento geral das restrições anticovid, após protestos históricos contra as medidas, e também como estratégia para dar impulso à economia.
Com o fim dos testes de PCR sistemáticos e em larga escala e a possibilidade de isolamento domiciliar em casos leves e assintomáticos, o país registra números máximos de infecções.
"Atualmente, a epidemia na China (...) está se propagando rapidamente, e nestas circunstâncias, seja qual for a força da prevenção ou controle, será difícil quebrar completamente a cadeia de transmissão" do vírus, alertou Zhong Nanshan, um dos principais especialistas em saúde que assessoraram o governo desde o início da pandemia.
"As subvariantes atuais da cepa ômicron (...) são muito contagiosas", acrescentou. "Uma pessoa pode transmitir a doença para 22 pessoas", disse ele.
O país enfrenta uma onda de infecções para a qual está mal preparado, com milhões de idosos sem o esquema completo de vacinação e hospitais incapazes de acomodar tantos pacientes.
Neste domingo, em Pequim, longas filas se formaram em frente às farmácias para estocar remédios contra febre e testes de antígenos.
"Tenho medo de sair", comentou Liu Cheng, mãe de dois filhos que mora no centro da capital chinesa. "Muitos" de seus amigos apresentam sintomas ou testaram positivo, acrescentou.