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Cortes travam expansão dos países europeus

Se 2010 seria o ano da recuperação, os europeus estão descobrindo que a retomada não ocorreu

França: 1,7 mil prédios públicos à venda (Wikimedia Commons)

França: 1,7 mil prédios públicos à venda (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2010 às 11h08.

São Paulo - Setenta estradas com obras paradas na Espanha. 1,7 mil prédios públicos à venda na França e prefeituras de cidades pequenas sendo abolidas na Itália. “A Era da Austeridade” ganhou terreno nos últimos meses na Europa diante de um rombo sem precedentes nas contas dos países.

O problema é que, agora, a constatação da própria Comissão Europeia é que a economia da região está estagnada diante dos cortes nos gastos públicos, da elevação de impostos e da redução drástica dos investimentos do Estado.

Se 2010 seria o ano da recuperação, os europeus estão descobrindo que a retomada não ocorreu e que, hoje, a economia do continente está mais afetada que a dos Estados Unidos, o epicentro da crise há dois anos. A pior crise econômica na Europa desde a Segunda Guerra Mundial que destruiu parte importante do continente exigiu dos governos programas de resgate aos setores mais atingidos, pacotes para bancos e subsídios para diversas áreas. Agora, as contas não fecham e os governos estão sendo obrigados a promover planos de austeridade que estão transformando a forma de atuar da administração pública e de milhões de trabalhadores.

Levantamento da Comissão Europeia obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo já demonstra que medidas de austeridade estão impedindo que a recuperação da economia possa ocorrer de forma acelerada. No total, os 27 países da UE apresentaram programas de cortes de gastos que chegam a 340 bilhões de euros apenas para os próximos três anos. O maior de todos é do Reino Unido, com redução de gastos de 83 bilhões de euros. Na Alemanha, os cortes serão de 80 bilhões de euros, seguido pela França com 45 bilhões de euros.

Mas é nos países menores do bloco que os cortes estão tendo um impacto mais profundo. Na Grécia, a redução de gastos públicos em 30 bilhões de euros e a elevação de impostos já fez com que 2 mil empresas simplesmente deixassem o país ou fechassem as portas em 2010. Na Irlanda, com corte esperado de 15 bilhões de euros no orçamento de 2011, o número de falências já aumentou 25% entre 2009 e 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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