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Corte de gases estufa reduziria em bilhões gastos com saúde na UE

Estudo de duas organizações diz que redução europeia de 30% dos gases traria ganhos anuais entre 10 e 30 bilhões de euros até 2020

Chinesa anda de bicicleta com máscara para se proteger da poluição na capital, Pequim (Frederic J. Brown/AFP)

Chinesa anda de bicicleta com máscara para se proteger da poluição na capital, Pequim (Frederic J. Brown/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Paris - Aumentar o corte de emissões de gases de efeito estufa de 20% para 30% levaria a União Europeia (UE) a economizar dezenas de bilhões de dólares em gastos com saúde, revela um estudo que será publicado nesta terça-feira.

Os cortes se referem a gases que têm a capacidade de reter o calor na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2), responsáveis pelo aquecimento global.

Mas reduzir suas emissões teria um outro efeito benéfico, pois melhoraria a qualidade do ar, diz o estudo encomendado pela organização Health Care Without Harm, com sede em Bruxelas, e pela Health and Environment Alliance.

De acordo com a pesquisa, os cortes reduziriam o "smog" e outras causas relacionadas a combustíveis fósseis de doenças cardiorrespiratórias.

O "smog" é um fenômeno típico de áreas urbanas, em que os contaminantes, submetidos a processos fotoquímicos, ficam retidos nas camadas mais baixas da atmosfera, expondo as pessoas a seus efeitos.

A União Europeia se comprometeu unilateralmente em cortar em 20% suas emissões de gases de efeito em 2020 com base nos níveis de 1990, e se ofereceu para aumentar estes cortes para 30% se outro grande emissor industrializado seguir o exemplo.

Ninguém respondeu à oferta e ambientalistas europeus agora pressionam o bloco de 27 países a assumir a redução de 30% sozinha.


Segundo o estudo, um corte de 30% das emissões representaria de 10 a 30 bilhões de euros (de 12,6 a 37,8 bilhões de dólares), em ganhos anuais até 2020, relativos à redução de gastos com cuidados médicos e a doenças evitadas.

No topo da escala, isto significaria atender a quase dois terços do custo, estimado pela Comissão Europeia, de se alcançar a meta de 30% de redução.

Os benefícios incluiriam menos dias de trabalho perdidos anualmente devido a problemas respiratórios ou cardíacos, 3.776 menos entradas hospitalares, e 1,2 milhão menos dias de uso de medicamentos respiratórios, destaca o estudo.

Os cálculos foram feitos com base em números oficiais da UE para três tipos de poluentes - particulados finos, óxidos de nitrogênio e óxido de enxofre - e dados de mortalidade, morbidade e absenteísmo.

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