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Corte americana bloqueia deportações em massa de Trump com base em lei do século XVIII

Corte federal bloqueia uso da Lei de Inimigos Estrangeiros por Trump para deportação em massa, enquanto tensões com grupos criminosos e com a Venezuela continuam a crescer

Agência o Globo
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Publicado em 3 de setembro de 2025 às 12h06.

Uma corte federal de apelações dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira bloquear o uso que o presidente Donald Trump faz da Lei de Inimigos Estrangeiros, uma norma de 1798, para deportar supostos membros de gangues latino-americanas.

A decisão impede a aplicação da lei em alguns estados do sul do país, como Texas, Louisiana e Mississippi.

Trump invocou pela primeira vez a Lei de Inimigos Estrangeiros em março de 2025, com o objetivo de deportar alegados integrantes da facção criminosa venezuelana Tren de Aragua.

Dois aviões foram enviados para levar os suspeitos a uma prisão de segurança máxima em El Salvador. Essa norma, já utilizada durante a Segunda Guerra Mundial para deter cidadãos nipo-americanos, tem sido alvo de contestações judiciais desde então.

Decisão do tribunal de apelações do quinto circuito

O Tribunal de Apelações do Quinto Circuito, por uma decisão de 2 votos a 1, concluiu que Trump não pode utilizar a lei para deportar migrantes nas regiões mencionadas, pois não havia evidências suficientes para justificar uma "invasão ou incursão hostil", conforme afirmado pela juíza Leslie Southwick. Com o apoio da magistrada Irma Carrillo Ramírez, Southwick concedeu uma liminar bloqueando as deportações em massa.

O juiz Andrew Oldham, que discordou da decisão, argumentou que questões como essas devem ser definidas por "questões de critério político" e não pelos tribunais. Desde que assumiu a presidência em janeiro, Trump tem sido um defensor ferrenho da deportação de imigrantes indocumentados, com várias de suas ordens executivas já enfrentando resistência nos tribunais.

Ações de Trump na fronteira e relações com Caracas

Além das tentativas de deportação, o presidente Trump enviou tropas à fronteira com o México e impôs tarifas ao país, alegando que não estava fazendo o suficiente para conter a imigração ilegal.

Trump também classificou grupos como o Tren de Aragua e a MS-13 como “organizações terroristas”. Em uma escalada de tensão com Caracas, Trump anunciou a morte de 11 "narcotraficantes" em um ataque no Caribe, alegando que a embarcação atacada estava transportando drogas da Venezuela.

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