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Correa remodela gabinete para reforçar perfil político

Presidente do Equador efetuou um total de sete mudanças no governo com os quais pretende reforçar o perfil político do gabinete


	Presidente do Equador, Rafael Correa, durante evento do seu partido político, o Aliança País (AP), em Quito
 (Guillermo Granja/Reuters)

Presidente do Equador, Rafael Correa, durante evento do seu partido político, o Aliança País (AP), em Quito (Guillermo Granja/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 23h18.

Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, efetuou nesta segunda-feira um total de sete mudanças no governo do país com os quais pretende reforçar o perfil político do gabinete após as eleições locais de 23 de fevereiro.

Três das mudanças foram antecipadas na semana passada por Correa, que hoje emitiu um decreto executivo que acrescenta quatro novas designações.

Tal como adiantou o governante, Vinicio Alvarado, atual ministro de Turismo, voltará a seu antigo posto como secretário da Administração Pública.

Alvarado, especialista em comunicação e ex-chefe de campanha do governante, é considerado um dos homens fortes do Executivo e o próprio presidente reconheceu na semana passada que sua presença no Ministério do Turismo tinha significado a "perda" de experiência na Secretaria de Administração Pública.

Para Correa, isso foi "fundamental nos resultados eleitorais", segundo publicou então a agência pública "Andes".

Nos pleitos o movimento governista Aliança País (AP), apesar de seguir sendo a principal força política nacional, perdeu as prefeituras de cidades como Quito, Guayaquil e Cuenca.

O ainda ministro de Turismo disse hoje que quer dar uma "dinâmica fresca" à Secretária da Administração Pública.

"Retornamos a assumir novamente essa responsabilidade, acho que com ânimo renovado, acho que com experiência renovada, com uma visão renovada, que poderia realmente pôr uma dinâmica fresca" ao cargo, disse em entrevista à Agência Efe em Madri.

A pasta que voltará a ocupar é "o eixo que articula a administração pública", coordena os ministérios, faz com que se cumpram as metas e também propõe inovações, explicou.

Sobre a possibilidade que sua nomeação tenha a ver com os resultados das eleições e com o fato de que Correa tenha anunciado que revisará sua decisão de não tentar reeleição em 2017, Alvarado respondeu que "de certa forma" existe tal relação.


O atual secretário da Administração, Cristian Castillo, continuará como assessor do presidente, enquanto Paola Carvajal ocupará a pasta de Transportes e Obras Públicas, em substituição de María de Los Angeles Duarte.

A ex-candidata do AP nas eleições de 23 de fevereiro à prefeitura de Guayaquil, Viviana Bonilla, que perdeu o pleito para o prefeito dessa cidade, o opositor Jaime Nebot, ocupará o posto de secretária nacional de Gestão da Política.

A atual titular desse cargo, Betty Tola, será redirecionada para outro posto do gabinete não detalhado pelo decreto.

A relação de mudanças inclui também a designação de Omar Simon como secretário-geral da presidência; do tenente-coronel Rommy Vallejo como secretário Nacional de Inteligência, e de Héctor Solórzano como delegado do presidente perante o diretório da Comissão de Passagem do Equador.

Correa, além disso, nomeou Michel Doumet representante do Executivo perante a Agência de Regulação, Controle do Transporte Terrestre, Trânsito e Segurança Viária.

Além das mudanças no governo, Correa anunciou mudanças em seu movimento político sob o lema "renovar-se ou morrer".

O também líder do AP reconheceu que possivelmente houve uma maior atenção para a gestão governamental "e nos esquecemos da parte política", mas insistiu que, apesar dos revezes, seu movimento continua sendo a maior força política do país, pois obteve 10 dos 23 governos provinciais e 67 das 221 prefeituras.

Essa "vitória", no entanto, tem "duros revezes" que obrigam o governo a repensar a estratégia organizativa nas bases e analisar profundamente o avanço da direita política no país, segundo ele.

Correa expressou que, sobretudo, lhe dói a perda em Quito, onde o prefeito governista à reeleição, Augusto Barreira, perdeu de forma categórica para o jovem político Mauricio Rodas, que diz representar uma posição de centro, embora o líder o localize na direita.

O líder, que percebe que ocorreram mudanças nas condições políticas, levantou recentemente a possibilidade de revisar sua decisão de não tentar uma nova reeleição em 2017, quando conclua seu mandato.

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