Rafael Correa: Correa classificou ainda como uma "irracionalidade" o fato de a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter sede "no país do bloqueio criminoso a Cuba". (Erika Santelices/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2013 às 17h00.
Quito - Em seu discurso de posse para mais um mandato como presidente do Equador, Rafael Correa exaltou nesta sexta-feira a "integridade" da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de seu marido, o ex-presidente Néstor Kichner, e o ex-líder venezuelano Hugo Chávez.
"Não puderam nem poderão com nossa integridade. Não puderam com a de Néstor Kirchner, não puderam com a de Hugo Chávez, não poderão com a de Cristina Kirchner", afirmou Correa, que também defendeu a soberania argentina das Ilhas Malvinas.
Correa dedicou uma parte de seu discurso para falar do papel do Equador no respeito aos direitos humanos e aproveitou para criticar, sem mencionar expressamente os Estados Unidos, o uso de aviões não tripulados para matar "seletivamente e sem julgamentos prévios supostos terroristas".
Correa também homenageou o ex-presidente equatoriano Jaime Roldós, falecido em um acidente de avião há 32 anos, e disse que ele "viveu e provavelmente morreu pelos direitos humanos".
O presidente equatoriano lembrou o recente falecimento do ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla e enviou uma "saudação fraterna" às Mães e Avós da Praça de Maio e aos parentes de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no país sul-americano.
O governante criticou que órgãos como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) tenham sua sede em Washington, em "um país que não é estado parte do Sistema Interamericano do Direitos Humanos e que não ratificou nenhum dos instrumentos" sobre este tema.
Correa classificou ainda como uma "irracionalidade" o fato de a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter sede "no país do bloqueio criminoso a Cuba".
"Para que ter a OEA se não podemos ter uma postura definitiva regional sobre problemas tão cruciais como o das Ilhas Malvinas?", questionou, acrescentando que estas ilhas, tomadas "à força da Argentina no século XIX" e situadas a mais de 11 mil quilômetros de Londres "não são somente argentinas, mas latino-americanas".