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Coronel assume morte de 32 civis na Colômbia

O coronel González del Río que comandou o batalhão contraguerrilha "Mártires de Puerres" admitiu o crime durante uma audiência em Bogotá


	Coronel Gonzalez Rio: o militar que comandou o batalhão contraguerrilha "Mártires de Puerres" admitiu o crime durante uma audiência em Bogotá
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Coronel Gonzalez Rio: o militar que comandou o batalhão contraguerrilha "Mártires de Puerres" admitiu o crime durante uma audiência em Bogotá (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 07h27.

Das dezenas de oficiais militares investigados pela Procuradoria por execuções extrajudiciais, o coronel reformado do Exército da Colômbia Robinson González del Río aceitou nesta terça-feira sua responsabilidade em 32 mortes de civis por fazê-los passar por guerrilheiros mortos em combate - informou o órgão.

Detido no presídio de segurança máxima La Picota, em Bogotá, o coronel González del Río "aceitou ser coautor material da morte de 32 pessoas em supostos combates, as quais fez passar como guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)", disse a Procuradoria em um comunicado.

O militar que comandou o batalhão contraguerrilha "Mártires de Puerres" - com influência no centro-oeste do país - admitiu o crime durante uma audiência em Bogotá.

Perante o Tribunal 4 Penal com função de controle de garantias, "o alto comando militar se responsabilizou penalmente pelos delitos de homicídio agravado de pessoa protegida, (...) fabricação, tráfico, porte, ou posse de armas de fogo, acessórios, partes, ou munições, e falsidade ideológica em documento público", detalhou a Procuradoria.

González del Río ordenava a execução extrajudicial de civis para apresentá-los como insurgentes mortos em combate em troca de promoções e outros benefícios nas Forças Armadas.

Para isso, o coronel contava com um "recrutador" encarregado de procurar cidadãos com antecedentes judiciais, "e depois dava a ordem para que fossem fuzilados", completou o texto.

Por esses crimes, o militar pode ser condenado a um mínimo de 50 anos de prisão, mas a sentença pode ser reduzida à metade "por colaboração com a administração de justiça", acrescentou a Procuradoria.

González del Río já colabora com a Justiça para esclarecer esses crimes conhecidos no país como "falsos positivos" e denunciou outros nomes do alto comando do Exército, como seu ex-comandante, o general da reserva Mario Montoya.

Em agosto passado, Montoya foi convocado para depor por execuções extrajudiciais na Procuradoria.

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